sábado, 26 de novembro de 2016

Cuba - Parte 2 - Havana Vieja

Chegamos em Havana! O banheiro antes da imigração não tinha sabonete nem papel... E havia duas funcionárias da limpeza comendo dentro do banheiro... isso mesmo, fazendo um lanche no banheiro!

 Passar pela imigração é tranquilo. Eles não são nem um pouco amistosos, mas basta você mirar em uma câmera (sem os óculos) para tirarem uma foto sua e você já está dentro do país... O Fernando que tinha visto dos Estados Unidos no passaporte levou um pouco mais de tempo para ser liberado. A agente de imigração chamou um supervisor para verificar o passaporte dele antes de liberar...

Pegamos então um taxi do aeroporto mesmo. 25 CUC até nosso destino que era em Centro Havana. O carro não era velho, mas também não era novo. Um sedã da Kia, bem usado... O taxista foi fumando dentro do carro rs... Bem vindo a Cuba! Ah, nós estávamos comendo uns biscoitos brasileiros e oferecemos a ele... O cara adorou, nem fez cerimônia em dizer "não obrigado!!!" Por que será???

Chegamos na nossa casa particular (havia anúncio no Airbnb para o usuário dela - link aqui - mas não encontramos mais o anúncio, de qualquer forma vejam abaixo os contatos) por volta das 17hs. A Maria, dona da casa, já estava na janela nos esperando. Recebeu-nos muito bem, nos mostrou nosso quarto.

O quarto é praticamente um colírio para os olhos, em relação ao que vimos no trajeto aeroporto x casa particular. Estávamos imaginando que seria algo bem velho e desgastado, mas notem nas fotos que o quarto é muito bacana, melhor que muitas pousadas pelo Brasil que já ficamos.
Cama de Casa

Detalhes da TV, Ar Condicionado e Pequena "Janela"

Chuveiro Elétrico Com Água Quente - Que não era tão quente

Vaso Sanitário e Vitrô que Dava para o Jardim de Inverno do Prédio
Nós deixamos os mochilões e saímos para procurar a excursão para Cayo Largo. Na primeira agência a moça disse para voltar no dia seguinte cedo, porque a pessoa com quem ela verificava a disponibilidade desse passeio, ia embora às 17hs.
Cartão de Visita da Maria
Então decidimos deixar para ver as outras agências de turismo no dia seguinte e fomos passear... Passamos em frente ao Grande Teatro de La Habana, edifício magnífico e totalmente conservado. O Lonely Planet fica o tempo todo falando das construções em estilo Neoclássico ou decó... creio que para quem entende de arquitetura deve ser bem mais interessante, ehehehhe....

Depois passamos em frete ao Capitólio. Essa monumental construção está sendo restaurada e está lindíssima. Pelo que lemos antes, parece que faz muito tempo que está sendo restaurado, e pelo visto ainda vai continuar por muito tempo.... Não é possível entrar, apenas ver por fora mesmo...

Ficamos um tempo sentados na calçada em frente ao capitólio, vendo a vida das pessoas....

Em Centro Havana há muita poluição: atmosférica, visual e sonora... Se você sair na rua, mesmo que por pouco tempo, você volta cheirando fumaça de caminhão... Sério!

Decidimos ir jantar. Passamos pela Praça Central, onde vimos dois bares de esquina, um na frente do outro, que pareciam interessantes, mas decidimos ir ao Floridita. Como ele estava com as mesas cheias, voltamos ao bar de esquina que achamos mais interessante, o Bar Monserrate. A maioria dos coquetéis custava 4 CUC (uma dica: a maioria esmagadora dos cubanos pronuncia essa moeda como "cê-ú-cê" e não "cuqui").

A Cris pediu um frango (pollo grilé) e o Fê um peixe. Os pratos eram entre 5 e 6 CUC. Lembrando que isso equivale a 20-25 reais por prato... A quantidade de comida no prato era pouca e de qualidade bem ruim... Mas o Fê tomou um Havana Club escuro que adorou rs.

Decidimos depois da janta de voltar no Floridita, já que nem precisaríamos de mesa agora, e tomarmos o tal daiquiri que o Ernest Hemingway adorava (ou bebia muito eheheh)... mas o lugar não foi muito agradável aos nosso olhos. Estava mais lotado ainda, e com um ar viciado muito forte (o bar é fechado e com ar condicionado, e obviamente todos os turistas fumam charutos lá dentro). Parecia um cabaré dos anos 50. A banda era toda formada por mulheres com um tubinho vermelho curtíssimo e o som, jazz. Imagino que várias pessoas adorariam, mas não curtimos muito e voltamos sem tomar nenhum daiquiri!

A região da praça Central fica bem bonita à noite, com o Teatro iluminado, o Hotel Inglaterra, os carros americanos dos anos 50 de várias cores...

Como já havíamos lido muito à respeito dos jineteros (pessoas que ficam te oferecendo de tudo: taxi, charuto, passeio de charrete, restaurante barato, etc...) respondíamos a todos com um "Gracias"... às vezes funcionava, às vezes não... eles ficam te seguindo, perguntando de onde você é, e se você cai na bobeira de falar que é do Brasil... ah, que furada... aí eles querem conversar, falar da Dilma, do Lula, faram que tem parente no Brasil, em Natal (todos falam isso! rs...) e é difícil se desvencilhar deles...

Ao voltarmos para a casa particular, combinamos nosso café da manhã para o dia seguinte (para as 8am), assim dava tempo de eles comprarem as coisas (preço: 5 CUC por pessoa). A Maria e o Ernesto são uns amores! Muito gente boa!!!

O café da manhã era muito farto: um prato enorme com banana, mamão, abacaxi e goiaba, tudo picadinho já; pães (esse e um ponto interessante, já que os pães lá são duros, como se estivessem velhos... foi assim em todas as casas particulares... eles servem cortados em rodelas como se fossem torradas); ovos (você escolhem como: revuelto, que é mexido, ou normal); manteiga; suco; café e leite (esse era meio marrom, mas acho que era um leite com café em pó tipo nescafé). Comemos bastante, pois não sabíamos como seria o almoço e fomos para Habana Vieja.

Carros Antigos e nem um pouco Antigos - Cuba tem de Tudo

Tentamos fazer o tour a pé do Lonely Planet, acrescido dos pontos recomendados pelo próprio guia, que não estavam no tour: Plaza de Armas, Plaza San Francisco, Plaza de la Catedral, Catedral de San Cristóbal de La Habana, Museo de la Ciudad, Museo de la Navegación e Museo del Run. Depois descobrimos que alguns já estavam no tour a pé, porém com outro nome.

Quando estávamos saindo, o Ernesto já deu sua primeira dica: não ande com o celular no boldo de trás da calça, é perigoso. Lá não há crime organizado (eles chamam de máfia) mas alguns delinquentes...

Fomos então em direção ao Museo Casa Natal de José Martí, e pelo caminho passamos pela estação ferroviária, onde havia uns trens sendo restaurados. A estação toda também estava sendo restaurada. Chegando no museu pagamos a entrada de 1 CUC e começamos a ver as coisas. Não tiramos fotos porque lemos que em muitos museus se pagava mais para tirar fotos, e alguns lugares mais ainda se você filmar. Foi então que veio uma funcionária do museu, toda cortês, se oferecendo para tirar fotos nossas. Perguntamos se poderia mesmo e ela disse que claro... O problema é que não fizemos a pergunta certa, se iriam cobrar mais por isso... já que no final tivemos que pagar pelo uso da câmera. Espertinhas!!! Não adianta, por mais que você se "vacine" antes, leia os golpes mais comuns, impreterivelmente você vai cair em alguma armadilha deles.



Centro de Reformas de Trens e Exposição de Peças e Estação de Trens em Reforma

O museu em si não é nada demais. Conta sobre a vida de José Martí. Muitos quadros informativos (somente em espanhol) e pouquíssimos objetos pessoais. Se estiver sem tempo, pode passar direto. Você lê sobre a vida dele depois... ehehehhe....
Única Lembrança de Convento que Havia no Local
Saindo de lá fomos ao Convento y Iglesia de Nuestra Señora de Belém, que não funciona mais como convento ou igreja, pois agora é um hospital... Continuamos nosso trajeto e passamos pelo Oratório San Felipe Neri, que é só para ver a construção mesmo, na lateral havia um Conservatório Mozart. Há informações que lá é uma casa de concertos (site de informações aqui), mas não conseguimos entrar para conhecer.
Conservatório
O bom desse tour é que você vê toda a realidade de Cuba (de Havana)... As casas caindo aos pedaços, comida jogada no chão, esgoto vazando pelas ruas, excrementos no chão (inclusive parece ter até excrementos humanos), uma imundice...


Paisagem Comum por Habana Vieja

Seria o Equivalente ao Nosso STF?

Continuamos nosso Tour passando pela Farmacia Museo Taquechel. Nada muito atraente, há outra mais na região turística bem mais bonitinha.....


Chegamos então ao point dos turistas.... Ali é tudo bonito, limpo, pra inglês vê!.... Observamos o Palácio de los Capitanes Generales, é lindo, por fora e por dentro, onde hoje funciona o Museo de la Ciudad, porém optamos por não entrar e economizar uns CUCs ($3/p).




Na praça em frente há uma estátua do Jose Martí e em seu entorno, O El Templete, local onde foi celebrada a primeira missa de Havana debaixo de uma Ceiba (árvore) em 1519. Este museu foi construído em 1828 e possui visita gratuita onde pode-se visualizar umas pinturas da tal missa e uma árvore (igual à original porém não a mesma) onde os turistas jogam dinheiro...... Nós não, é claro..... Isso é coisa de que tem dinheiro pra jogar fora! kkkkk








Ainda nos entornos da praça, há o Castillo de la Real Fuerza, onde é o Museo de la Navegación. Neste entramos e não nos arrependemos..... Pode tirar foto sem pagar a mais por isso (confirmamos com a funcionária antes) e a vista de lá de cima é espetacular! O museu em si, é legal, tem alguns itens da época das grandes navegações, mas o mais legal é o castelo em si (claro que essa é uma opinião muito pessoal).








O Hotel San Felipe y Santiago de Bejúcal, sugerido pelo Lonely Planet e também na mesma praça, é apenas uma construção bonita, nada mais.

Saindo desta praça, fomos em direção à Iglesia y Monasterio de San Francisco de Asís e no caminho passamos por um museu árabe, onde mais uma vez fomos enganados, pois nos disseram ser gratuito de uma funcionária veio toda cortês explicando as coisas e depois pediu dinheiro...... Nada demais o lugar, mostrava algumas burcas, umas balanças que eles usavam, colares de pérolas, uma ostra..... Passamos pelo porto (bem feio) e chegamos então à igreja. Há um jardim lateral que não estava podendo ser visitado pois estava com curto circuito.





Apreciamos a igreja e sua praça, e seguimos para a Plaza Vieja, onde almoçamos no Nueva Plaza, como sempre, tinha uma banda tocando Guantanamera e depois passava pedindo dinheiro e tentando vender seu CD pela bagatela de 10CUC (40 reais num CD piratão? Só Cuba mesmo!!!!). Esse restaurante se superou.... Além da atendente ter esquecido de fazer o nosso pedido, a comida não era nada boa..... A Cris deixou o frango dela todo, comeu só as batatinhas.... Tomamos umas Bucaneros (cerveja cubana feita com malte e no lugar de cereais não malteados colocam açúcar refinado. Aliás todas as cervejas cubanas são assim, mas são bem melhores que as nossas) uma piña colada e continuamos o nosso trajeto.



A plaza vieja não tem nada demais, só uma praça bonitinha com uma fonte e uma mulher sentada sobre um galo (a animação era tanta que nem chegamos perto pra ver o que é). Na praça tem a fototeca, uma galeria de fotos que entramos, vimos algumas e seguimos viagem.




Também optamos por não entrar na Cámara Oscura e economizar uns CUCs ($2/p segundo o LP), neste lugar você pode ver toda a cidade por uma luneta do alto de uma torre, com visões de 360º. Aproveitamos que estávamos por ali e passamos na agência que vendeu nosso vôo Santiago-Havana para confirmar a data e hora (eles falam que podem mudar a qualquer momento) e pegamos o contato para ligar na véspera do vôo.



Chegamos então ao Museo del Run quando começava a chover e embora fosse o "zóio" da cara (7 CUC por pessoa) optamos por fazer o tour guiado. Há vários horários em vários idiomas, basta comprar para o que você quer e aguardar. Optamos pelo em Espanhol mesmo porque já começava naquele instante. O museu vale a pena. Tem uma pequena degustação no final e é bem interessante.

A Marca do Rum!
Singelo Rum de US$ 1500,00
Miniatura de Trem - Museu do Rum - Ferrovias antes mesmo que a Espanha!

Maquete de uma Usina

Fomos então ao Museo del Chocolate, uma lojinha de chocolates bem justa (trufas a 0,50CUC) e com quadros contando toda a história do chocolate. E a Cris pôde compensar o almoço fraco com uns chocolatinhos......

Seguimos para a Plaza de la Catedral, tiramos algumas fotos e fomos para o Malecón.

Bela pintura no caminho para a Plaza de la Catedral
Plaza de la Catedral

Construções no Caminho para o Malecón
O Malecón é muito massa..... Cheio de fortes com canhões, as ondas batendo com força total no paredão e o visual dos carros antigos passando formam o cenário típico de Havana.






Voltamos  para a Casa da Maria, nos arrumamos e fomos jantar. O paladar San Cristóbal disse que para entrar precisava de reserva, então seguimos para a praça central e comemos no Hotel Inglaterra. A Cris, que já estava até azul de tanto comer mal, trocou a bebida por comida e se deu ao luxo de pedir um prato que era peito de frango recheado e empanado por 8CUCs. Esse estava ótimo, ela comeu que é uma beleza! Como ela mesmo disse, vale a regra do camelo: beber bastante água pois não sabemos quando é o próximo oásis..... E encontrar comida boa ali era difícil, então quando encontrava, tinha que comer bastante!!!
Porém à noite a Cris passou mal.... Deve ter sido aquele almoço sofrível.... Mas como tínhamos lido em vários relatos que sempre se passa mal em Cuba, levamos remédio e no dia seguinte ela já estava ótima!


 



Link de cada Parte da Viagem:



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