sexta-feira, 9 de julho de 2021

São Paulo - Monteiro Lobato e São Francisco Xavier

Devido à pandemia de Covid-19 ficamos um bom período sem viajar, mas como agora já entendemos melhor as forma de contágio e como se prevenir, optamos por fazer uma mini viagem esse mês, voltando às nossas raízes de trilheiros.

Optamos em ir para Monteiro Lobato, por ser pouco conhecida e fomos de segunda a sexta, para cruzarmos com o mínimo de turistas possível.

Ficamos hospedados Recanto Waterfall Montain (Link aqui). Eles possuem um esquema bacana, em que você não encontra com ninguém. Eles passam a senha do cadeado do portão e a chave do chalé fica também em um compartimento com senha, então ao chegar é só entrar. Ficamos no chalé com lareira. O Chalé é bem simples e a cozinha é externa, o que atrapalha um pouco no frio, pois a cozinha fica atrás do chalé e você precisa sair pela porta da frente e ir pra parte de trás do chalé no frio. Sentimos falta de um micro-ondas na cozinha. O chuveiro não esquenta tanto, mas eles possuem um aquecedor, que dá pra utilizar durante o banho e diminuir o frio. Enfim, como o custo não é muito elevado, valeu a pena. O local estava bem limpo.

Acho que ficamos tanto tempo sem viajar que perdemos o jeito e esquecemos de tirar fotos do chalé, nos perdoem!!!

Ficamos um pouco tristes, pois a criação de trutas foi desativada e estávamos ansiosos pra ver os tanques, comprar algumas trutas, mas enfim.... Na verdade parece que o local está um pouco abandonado... Talvez a pandemia tenha atrapalhado muito os negócios deles.

No dia de chegada organizamos as coisas, almoçamos, e fomos conhecer a cachoeira que existe dentro da propriedade. Logo que entramos na trilha apareceu um cachorrinho ligado no 220! hehehe. Apelidamos ele de “Corisco”, porque ele corria como louco pela trilha, indo e voltando diversas vezes a mil por hora. hehehe. 

Mini cachoeirinha no começo da trilha (duplo clique para ampliar)

Apresento-lhes: Corisco! (duplo clique para ampliar)


A cachoeira ao final da trilha é bem bonita e bem alta, não esperávamos tamanho espetáculo. Pra quem vai no verão, infelizmente a cachoeira não é liberada para banho.

Parte inferior da cachoeira (duplo clique para ampliar)

Parte superior da cachoeira (duplo clique para ampliar)

À noite fizemos uns queijinhos na lareira pra curtir o frio.

No dia seguinte, fomos em direção à Pedra do Om, que fica a cerca de 20min do chalé que estávamos. Neste local é necessário reservar previamente (Contatos aqui: Hamilton - (12) 99738-5719) e a trilha custa 25 reais por pessoa. O tempo estava bastante nublado, então atrasamos nossa ida um pouco na esperança de que o tempo abrisse, mas nada. Nosso horário agendado era 8:30h e acabamos chegando às 9:15h. O Hamilton que nos recebeu aconselhou fazer a trilha hoje mesmo, pois provavelmente quando chegássemos no topo as nuvens já teriam se dissipado. Enfim, fomos.

A trilha é muito puxada, pois é muito íngreme, sendo bastante cansativa para o cardiorrespiratório, embora não seja muito extensa (6km ida e volta). Fomos seguindo a trilha do Wikiloc (baixar aqui) porém não é necessário pois a trilha é bem demarcada e há fitas azuis em todo o trajeto indicando para onde ir. No meio do caminho há uma casa de pau a pique que serve de apoio para a área de camping e tem uma torneira do lado de fora que pode ser útil. 

Interior da casinha de pau a pique (duplo clique para ampliar)

Casinha de pau a pique (duplo clique para ampliar)

Durante toda a trilha há pés de limão cravo. Chegamos na área de camping (1° mirante da trilha) após 1h15min de caminhada, em um ritmo bem lento. 

Vista do 1° mirante da trilha - área de camping (duplo clique para ampliar)

Primeiramente chegamos na parte de baixo da Pedra do Om, que é bem grande mas não tem nenhum mirante nesse local. Lá tem uma placa indicando livro de cume e então para subir a pedra é necessário utilizar uma corda com nós para subir. Não é nada muito difícil.


Vista do cume da Vedra do Om (duplo clique para ampliar)


Chegamos ao topo com um total de 2h de trilha. Infelizmente o tempo ainda estava nublado, mas não prejudicava a visão da paisagem. A vista da pedra não é tão ampla, apenas uma visão frontal. Ficamos um tempo apreciando a paisagem e o canto dos pássaros até descer. Como estávamos só nós dois lá, deu pra curtir bem o lugar. 


Apreciando a paz e o canto dos pássaros no cume


A descida foi bem mais rápida, embora exija um pouco de atenção pois é fácil escorregar. No finalzinho da trilha, jáperto do carro, tem uma cachoeirinha que paramos para conhecer.... Na verdade é uma corredeirazinha bem pequena, mas só pra conhecer mesmo.


Cachoeirinha (duplo clique para ampliar)

Na volta paramos no centrinho de Monteiro Lobato para comprar uns vinhos no “O turista Emporium” pois bebemos mais do que devia na noite anterior, hehehe. Eles possuem algumas boas opções, lógico que não tem uma variedade muito grande, mas tem um pouco de cada uva e com preços pra diferentes bolsos... Gostamos.

Depois ficamos fazendo um longo churrasquinho no chalé, acompanhados do Corisco, que agora nos adotou como donos oficiais... kkkkk.

No dia seguinte partimos para o Pico da Onça, esse já ficava a cerca de 1h de carro do nosso chalé. Próximo à pousada Fazenda Monte Verde – a morada do Muriqui fica um estacionamento onde se deixa o carro. Procurar no Google Maps por “estacionamento para a trilha do pico da onça”. Após estacionar o carro, continuando nessa estrada de onde veio sentido à pousada Fazenda Monte Verde, chega-se a uma porteira de madeira, onde é o início da trilha. As pessoas deixam vários cajados na porteira, para ser utilizado pelo próximo trilheiro... Bacana né?


Início da trilha após estacionar o carro (duplo clique para ampliar)


Porteira onde começa propriamente a trilha (duplo clique para ampliar)

Homenagem no trecho inicial da trilha (duplo clique para ampliar)

Pelo que entendemos essa é uma área da empresa Melhoramentos e não se paga para fazer a trilha. A trilha é muito linda, cheia de flores pelo caminho e também muito limpa, não encontramos nenhum lixo pelo caminho. 


Uma árvore bem bonita caída no meio da trilha (duplo clique para ampliar)

Trecho florido da trilha (duplo clique para ampliar)

Ela é bem mais extensa que a Pedra do Om, porém não é tão íngreme. Não há nenhum trecho que se tenha que subir por corda, mas há alguns trechos estreitos e perigosos, mas nada muito crítico.

Uns 20min antes do pico em si, tem um mirante, onde paramos pra comer e descansar um pouco.


Vista do 1° mirante (duplo clique para ampliar)

Zoom em um pico que achamos ser a Pedra do Baú em Campos do Jordão (duplo clique para ampliar)

Gastamos 3h para subir os 4,6km do estacionamento até o topo do Pico da Onça. Também estávamos apenas nós nesse pico. A visão do topo do pico é bem parecida com a Pedra do Om, mas é mais ampla a visão e há dois mirantes, um com vista para as montanhas com pastagens e outro com vista para as montanhas mais próximas, com vegetação nativa. 


Pico da Onça - Vista para montanhas com pastagens (duplo clique para ampliar)

Pico da Onça - Vista para montanhas próximas - vegetação nativa (duplo clique para ampliar)

Pegamos um efeito de viração no topo do pico, assim que chegamos dava pra ver tudo e cerca de 20min depois não dava pra enxergar um palmo na frente do nariz.... hehehe.


Pico da Onça - Vista para montanhas com pastagens após viração


Gostamos bastante desse lugar e da experiência. Após apreciar um pouco, partimos. Na ida havíamos encontrado fezes de anta e pelo caminho e na volta vimos diversas pegadas de anta sobre as nossas pegadas.... Também era possível observar um belo estrago na vegetação ao redor da trilha com alguns trechos cavados e com mato destruído.... E num é que havia passado uma anta ali enquanto a gente estava lá em cima? 

Pegada de anta na trilha Pico da Onça (duplo clique para ampliar)

Descemos a passos cuidadosos, sem fazer barulho e procurando a danadinha por todos os lados, mas infelizmente não conseguimos encontrá-la.... Ou felizmente, porque acho que íamos ficar com medo dela, afinal é o maior mamífero do Brasil.

Bem, não encontramos com a anta mas nos trechos finais da trilha foi possível avistar um grupo de Muriquis sobre as árvores se alimentando. Deu pra apreciá-los bastante.


A foto não ajuda muito, mas tá aí um dos muriquis (duplo clique para ampliar)

Gastamos cerca de 7h entre a chegada ao estacionamento e a volta ao carro, mas tudo com muita calma, apreciando toda a exuberância da natureza à nossa volta.

Link da Trilha Pico da Onça.

No terceiro e último dia, fomos para a Pedra Queixo d’anta, que também ficava a cerca de 1h do nosso chalé. Infelizmente o Google Maps nos levou para o lugar errado e perdemos cerca de 40min, mas faz parte. Procure no Google Maps por “Sítio Queixo D’Anta”. No local (entrando pela porteira) é possível estacionar o carro. A trilha custa 30 reais por pessoa e inicia voltando e seguindo pela estrada onde se chega. Do estacionamento até o começo da trilha são cerca de 300m. No total, do carro até o topo, onde tem a cruz, são 2,5km que fizemos em 2h, como sempre apreciando a paisagem e sem pressa. Os últimos 800m são os piores, com degraus naturais de raízes, trecho a se descer segurando em corda com nós, e bastante exigência do cardiorrespiratório.

Os dois cachorrinhos da propriedade, o Pingo e a Suzi nos acompanharam durante todo o trajeto, eles conhecem bem a trilha, mas muitas vezes ficavam olhando pra nossa cara esperando a gente ir na frente.... hehehe. No finalzinho há vários pontos que precisamos recorrer à trilha do Wikiloc, pois parece que já estamos no topo, mas não estamos. Na verdade enquanto não chegar na cruz, não acabou a trilha.

Pingo e Suzi foram bem animados no começo, caçando animais nos entornos da trilha, todo eufóricos.... No final eles já estavam mais desanimadinhos e ficavam nos acompanhando e inclusive parando conosco pra descansar.... Mais ou menos na metade da  subida, pegamos uma folha grande de uma planta para fazer de tigela pra colocar pro dois e eles beberam meio litro de uma vez.... Tadinhos....

O primeiro mirante que se chega, dá um certo medo de subir na pedra, pois é bem alto e um precipício do lado direito, mas dá pra ir.....

Vista do 1° mirante (duplo clique para ampliar)

Depois tem um trecho que você precisa descer em uma corda com nós chumbada na pedra... E a corda já estava arrebentada e emendada em um trecho.... Lembrando que descer dá mais aflição que subir. Mas sobrevivemos.... E os cachorrinhos descem e sobem tranquilamente, sem corda sem nada....


Vista do 2° mirante (duplo clique para ampliar)

Bom, quando vc chega no topo, uau!!!!A visão é quase 360°, parece que vc está no topo do mundo!!! Estávamos só nós, então lanchamos lá em cima, descansamos e apreciamos bastante a paisagem antes da descida.... 


Visão do topo da Pedra Queixo d’anta (duplo clique para ampliar)

Pingo exausto na Pedra Queixo d’anta (duplo clique para ampliar)

Pingo e Suzi descansando na Pedra Queixo d’anta (duplo clique para ampliar)

Panorâmica do topo da Pedra Queixo d’anta (duplo clique para ampliar)

A descida foi bem mais rápida, com atenção apenas no trecho inicial que tem maior desnível e pode ser escorregadio.

Trilha Pedra Queixo d’Anta

Saindo de lá fomos ao Mirante Pedra de São Francisco. É só procurar por este nome no Google Maps. Pra quem não pode ou não quer fazer caminhada, esse lugar é uma bela amostra grátis (literalmente) do que se vê nos outros três picos que fomos. Não se cobra entrada e o lugar possui boa estrutura, com lanchonete, mercadinho e banheiros. Há algumas mesas externas com vista para as montanhas, onde levam os itens que você comprar na lanchonete. Vimos várias pessoas comendo pastel.


Mirante Pedra de São Francisco (duplo clique para ampliar)


Panorâmica do topo da pedra mais alta do Mirante Pedra de São Francisco (duplo clique para ampliar)


Para subir nas duas pedras, há escadas de madeira, com corrimão, bem tranquilo. Havendo fila, só podem ficar 6 pessoas no máximo em cada pedra (são duas no total) e no máximo 6 minutos. Como não havia ninguém querendo subir na pedra, ficamos bastante tempo na pedra mais alta, na outra nem fomos, pois é mais do mesmo.

Tinha uma família tocando violão que parecia gostar bastante da música “Romaria”, pois cantaram diversas vezes... hehehe. Confesso que a seresta deu um ar bucólico ao momento... hehehe.

O lugar fica aberto até às 19h, então dá pra ver o pôr do sol lá, porém não ficamos pois às 17h ia abrir o agendamento da vacina para o Fernando e lá não pegava celular... Então voltamos pro chalé antes disso. Mas esse lugar é bem bacana, bem gostoso, principalmente pelo fato de se chegar de carro, o que invariavelmente faz com que tenha mais turistas.

No dia seguinte pela manhã, antes do check out, voltamos à cachoeira da propriedade só pra fazer a alegria do Corisco.... Hehehe. Sentiremos saudade!

Bom, mais uma bela e gostosa viagem que chega ao fim. Foi ótimo pra espairecer, descansar a mente e cansar o corpo.... hehehe.

Até a próxima!!!!