segunda-feira, 11 de julho de 2022

Mato Grosso - Pantanal

Planejamento
 

Depois de anos pensando, com a melhora do quadro da pandemia do COVID-19, começamos a nos planejar para viajar ao Pantanal. Infelizmente (ou felizmente para o povo de lá), já não se achavam passagens mais em conta... Tudo era caro. Ainda por cima que só conseguiríamos ir em Julho.

Pensamos bem e decidimos viajar de carro mesmo... ainda que alguns dias das férias fossem gastos dentro do carro, seria uma forma de conhecer melhor o interior do país!

Do planejamento, optamos por ficar 4 noites em um hotel na beira da transpantaneira, ainda próximo de Poconé e 2 noites em uma pousada em Porto Jofre, de onde saem os barcos de passeio para avistamento das onças pintadas. Normalmente as pousadas mais próximos de Poconé já oferecem o passeio de barco em Porto Jofre, saindo de madrugada, fazendo o passeio, e voltando no mesmo dia. Mas como ver onça pintada não é todo dia, preferimos fazer mais de um passeio de barco por lá!

Nossa ideia inicial era ficar no Ayamra Lodge, mas como não tinham disponibilidade, reservamos no Pousada do Rio Claro, já que o site era o único que explicava melhor os passeios, e com cada diária estava incluso um dos passeios que ofereciam entre:

   

  • Passeio a Cavalo
  • Passeio de Barco a Motor
  • Passeio de Barco a Remo (dia)
  • Passeio de Barco a Remo (amanhecer)
  • Passeio de Barco a Remo (entardecer)
  • Safari (dia)
  • Safari (focagem noturna)
  • Safari com Focagem Noturna
  • Trilha da Figueira

 

O site indica outras trilhas, mas não chegamos a ver oferecerem por lá. Todos os passeios duram mais ou menos 1:30hs, exceto o Safari com Focagem Noturna, que começa por volta de 16hs e tem o retorno perto de 19hs.

Em Porto Jofre reservamos o Santa Rosa. A hospedagem toda pelo Pantanal não é barata, pois o “normal” é encher de turistas europeus, então a precificação é bem alta.

 

 

Parte 1: Viagem até Mato Grosso

 

Saímos por volta de 16:30 da região de Campinas, então optamos por pernoitar em Catanduva. Ficamos no Ibis Catanduva (Hotéis em Catanduva, SP, Brasil. ALL - Accor Live Limitless). O estacionamento é bem em frente ao hotel, e aberto, então tivemos que levar nossas malas pro quarto rs. Não gostamos do quarto, com banheiro que vazava água e nem ralo tinha. Achamos caro ainda mais que como um Ibis, não tem café incluso.

Seguimos viagem cedinho e conseguimos guiar por 1000km, até uma cidade chamada Jaciara, logo depois de Rondonópolis. Nós só fizemos duas paradas no dia inteiro, para almoçar/abastecer em Paranaíba/MS, onde comemos no Gramadão (Auto Posto Daniel). Uma delícia, mas tivemos que nos conter pra aguentar a viagem J

 

Vista do Pôr do Sol na Estrada

Depois, já em Rondonópolis abastecemos em um Shell na saída para Jaciara. A ideia inicial era ficar em Rondonópolis, mas como havíamos esquecido da diferença de fuso horário (ganhamos uma hora rs), decidimos ir até Jaciara. E que legal, ficamos no Hotel Toquinho (Hotel Toquinho | Jaciara e Várzea Grande). Foi fantástico. Pagamos R$ 180,00 pela diária, em quarto com ar condicionado, grande, bom chuveiro e com café da manhã incluso! Pela noite pegamos uma pizza em uma pizzaria bem pertinho. Estava bem boa, mas o preço era padrão SP rs. Na manhã seguinte foi uma ótima surpresa. O café da manhã era magnífico. Muito variado e tudo muito gostoso!!!

 

 

Banheiro e Quarto do Hotel Toquinho

 

 

Parte 2: Transpantaneira e Pousada Rio Claro

 

Seguimos viagem no último trecho até a Pousada Rio Claro, já na transpantaneira. Paramos antes em Poconé para uma abastecida no primeiro posto que encontramos. Mas era bem caro. Talvez valesse ter procurado mais antes e encher o tanque. Só fizemos esse abastecimento para ter tranquilidade de trafegar pela Transpantaneira o quanto quiséssemos, já que não existem postos de gasolina na estrada toda.

Placa de Entrada da Transpantaneira

  

Placa da Entrada do Parque do Pantanal

 Demora um pouquinho de Poconé até chegar no portal famoso da entrada da Transpantaneira, mas logo depois, que legal. Há várias pontes sobre açudes, ou “pântanos”, onde já é possível avistar várias espécies de garças, tuiuiú e jacarés.... é muito legal. Cada ponte que parávamos era uma surpresa nova! 

  

Logo nos primeiros açudes há uma enorme quantidade de aves e jacarés

Já nesse pequeno trecho que atravessávamos, além de sentir o Pantanal, sentíamos também a poeira forte quando um veículo passava a milhão na estrada. Pouco depois de entrar no parque há uma estátua de São Francisco de Assis bem interessante.

 

Estátua de São Franciso de Assis

 

Criação de Búfalos

 

Série de Aves Avistada logo nos Primeiros Quilômetros

 

Como o objetivo era apreciar, íamos parando a cada ponte, ou sempre que víamos algo interessante, e dessa forma chegamos na Pousada Rio Claro por volta de 13:30. E foi a conta de encontrarmos o Carlos, que é o gerente da pousada, e ele nos deixou almoçar enquanto ele providenciava nosso check in. Se tívessemos planejado não ia ter dado tão certo rs. Ah, e já deu pra perceber que a comida era divina, mesmo sendo o finalzinho do buffet J

  

 

Quarto e Banheiro - Bem tranquilos

Ao fim do almoço o Carlos voltou com a chave do nosso quarto e pudemos então guardar nossas coisas e dar uma pequena relaxada, já que fazia um belo calor! Mas foi bem curta a descansada, pois queríamos muito conhecer os arredores da pousada. Que fantástico, inúmeros pássaros nos jardins animavam demais o local.

 

Pássaros no Jardim da Pousada

 Andando ao fundo há uma passarela para o píer da pousada. Já na entrada da passarela havia uma Arara Canindé, lindona, animando.

 

Arara Canindé no caminho para o píer

No píer encontramos os jacarés “moradores” do local: o bom e velho Zico, e um que depois vimos o guia chamar de Zezinho... Nesse momento ainda não sabíamos o se eram amigáveis e preferimos ficar observando-os à distância rs.

 

Jacaré Zezinho no píer - "aparentemente" amistoso

 Nos arredores da pousada ainda vimos os cavalos pantaneiros da propriedade que, pasmem, vivem completamente soltos. Os passeios acontecem somente quando eles estão por perto, caso contrário fica até difícil para o pessoal encontrá-los (como descobrimos dias depois).

 

Cavalos Pantaneiros da Pousada.

 Eles também criam porcos completamente soltos, além de também terem umas capivaras locais. Enfim, o lugar é demais!
Criação de porcos da pousada

 

 Animados com tanta coisa legal, pegamos o carro e formos fazer um safari por conta. Assim que nos afastamos uns 500m da pousada, ainda na estrada dela mesmo, avistamos um animal que nunca tínhamos visto. Era um mamífero, que lembrava um tipo de furão alongado... mal deu tempo de sacar a máquina e tentar uma foto... ele se embrenhou pela mata e o perdemos de vista. Nossa animação só cresceu rs.

Bom, no passeio em si não vimos nenhum animal diferente dos inúmeros pássaros, mas vimos um do que seria uma série de pôr do sol mais lindo já visto. Que cenário!!! Depois que o sol se pôs ainda vimos um coelhinho e depois um lobinho..., mas foi só avistamento, porque eles fogem rapidinho da estrada, sem tempo para posar para fotos hahaha! E foi só... Voltamos em seguida, andando a zero por hora na estradinha da pousada, mas nada... Tudo bem, o que já havíamos visto valia muito!!!

 

Araras azuis pegando alimentos
Mais um Lindo pôr-do-sol no Pantanal

Chegamos e fomos jantar, além de confirmar com o Carlos que nosso passeio do dia seguinte seria o de barco à motor, marcado para 08:30!

Estávamos exaustos depois do jantar, que estava magnífico. Havia um peixe assado delicioso 😊. Depois do jantar só pudemos tomar banho e cair na cama. O som ambiente trazia uma magia fantástica para dormir. E a pousada estava muito silenciosa depois das 21hs...

 

 

Parte 3: Pousada Rio Claro - Dia 1

 

No segundo dia acordamos tranquilos pois queríamos descansar um pouco da viagem. Fomos tomar nosso café perto de 7hs, já que depois teríamos o passeio de barco.

 

O café da manhã era bom, com duas opções de fruta, queijo, presunto, pães, ovos, salsicha, pão de queijo e um bolo. Além de dois tipos de suco. Bem tranquilo!

 

Depois do café seguimos rumo ao píer, onde já nos esperava o nosso guia Valter. Uma pessoa muito gente boa e com quem fizemos outros passeios. Logo no píer já nos deparamos com o Zico, um jacaré adulto que é freguês da pousada. Havia outro menorzinho, mas o Zico é quem era a estrela.

 

Zezinho parece tão manso que até se deixa posar para fotos

 Algumas fotos depois, pegamos um colete e subimos no barco. Estávamos em 6 pessoas além do guia, mas o barquinho descia o rio tranquilo. Além da sensação de estarmos dentro do Pantanal, o passeio também proporciona a visualização de várias aves e jacarés. 

Lagarto tomando um solzinho pela manhã

 

Ave só apreciando a paisagem

 

Além dos shows que os guias proporcionam, como ao entregar um peixe a um jacaré que já está habituado a isso. 

Jacaré vindo para pegar uma bela regalia

Ou quando jogam um peixe para uma águia pegar no rio. Bem legal e chance para fotos magníficas.

Gaviaãozinho buscando peixe no rio

Além desse espetáculo e muitas aves diferentes, não vimos mais nada diferente. Nem um mamiferozinho pra contar a história.

 

Pássaros se divertindo ao balançar do galho

  O passeio dura em torno de 1:30hs, e descobrimos com o Valter que Agosto é o melhor mês para visitar o pantanal, já que há bem menos áreas alagadas, e os bichos ficam bem mais às margens dos rios e lagoas do que em Julho.

Pois é, nossas consultas e planejamento não trouxeram essa informação rs. Mas vale ressaltar que isso é verdadeiro nos anos típicos. Pois em anos de seca essa regra muda.

Terminado o passeio ficamos na pousada admirando os inúmeros pássaros que lá habitam ou ficam durante o dia. 

É relaxante demais ficar admirando esses bichinhos e nem vimos o tempo passar. Fomos almoçar, novamente com opções muito gostosas, e depois mais um descanso, afinal estávamos em férias.

Pelo final da tarde, às 16:00hs iria sair o passeio que havíamos adquirido à parte: safari com focagem noturna. Quando fechamos pelo WhatsApp não havíamos entendido muito bem o que era esse passeio e ficamos tristes em saber que era um passeio safari + um passeio de focagem noturna, feito de uma vez só. Ficamos triste porque o passeio voltava às 19hs e, segundo o guia do barco (o Valter), mais pela noite era melhor para ver os animais. Se tivéssemos pegado só o Focagem Noturna, esse sairia às 20hs.

Mas tudo bem, fomos assim mesmo e pelo menos não éramos nós quem tinha que dirigir rs. Pela tarde vimos bem menos animais que quando estávamos sozinhos. 

Ninho do Tuiuiú

 

Somente um veado campeiro logo no entroncamento da estrada da pousada com a Transpantaneira, outro veado um pouco mais a frente, sentido Porto Jofré, mas esse estava bem longe.

Pastos no Pantanal, com cupins e emas

 

Depois de descer a estrada até umas 17:30, começamos a voltar. Na volta foi um pouco mais emocionante, pois além do fantástico pôr do sol, na estradinha que leva para a pousada vimos uma anta e um coelhinho. A anta era bem jovem e rapidamente se embrenhou no meio do mato, sem nem querer posar para as câmeras de prontidão...

 
E é assim que se tira uma foto da Anta à noite rs

 

Mais um pôr do sol magnífico

 

 Chegamos um pouco antes das 19hs. Tempo suficiente para guardarmos nossa mochila, fecharmos o passeio para o dia seguinte, que escolhemos o barco a remo às 08:30, e irmos jantar.

 Novamente o jantar estava muito bom! Uma delícia. Foi comer e cair na cama!

 

 

Parte 4: Pousada Rio Claro - Dia 2

 

Acordamos novamente descansados, e fomos tomar café. Como sempre, simples, mas muito bem servido. Nos arrumamos e seguimos para píer, onde já nos esperava o Valter. Sim, novamente ele seria o nosso guia no barco a remo.

Esse barco comporta 3 pessoas, o que deu certinho para nós dois e o guia. Todos são “convidados” a remar, mas confesso que o Valter dava conta sozinho de levar e trazer a gente, mas tínhamos que participar né?

O sentido que o passeio pega é subindo o rio, esse passeio é bem legal para ouvir os sons da natureza, já que sem o motor de um barco, não tem som algum que atrapalhe ouvir a sinfonia. Nós fazíamos nosso trabalho remando, ouvindo, e de tempos em tempos conversávamos um pouco. Aprendemos o que é nascer nessa região, como a vida nunca foi fácil para os pantaneiros, que tinham que se adequar aos mandos e desmandos dos donos de fazendas e das empresas de exploração de ouro. Então o passeio foi isso, admirar a natureza e conhecer a vida pantaneira... foi demais.

 

 

Paisagem e pássaro - tudo que lembramos de fotografar no passeio

 

Nesse passeio estávamos tão absorvidos por tudo que nem foto tiramos. A questão de remar é realmente muito tranquila... creio que subimos o rio por uns 50 minutos e descemos por uns 40 minutos, sem nenhum cansaço, e muito felizes por tudo que vivenciamos lá.

Voltando ao píer, ainda cumprimentamos nosso amigo Zico rs, e fomos ficar junto aos pássaros do jardim. Vimos um casal que era guiado particularmente por um guia voltando de uma caminhada e pensamos e nós mesmos darmos uma andada pela estrada da pousada... quem sabe iríamos ver alguma coisa?

 

Mais um belo pássaro animando a pousada

 

Apesar do sol forte, saímos a pé pela estrada, e no meio do caminho deparamos com o Carlos em uma caminhonete, buscando um pessoal que estava aparentemente caminhando também, com um guia. Ele parou e nos sugeriu andarmos pelo pasto mesmo, para fugirmos do sol... Seguimos a sugestão deles, mas o mato estava alto em algumas partes e acabamos seguindo uma velha estrada que caminhonetes faziam no meio do pasto. No final das contas não tinha quase sombra nenhuma, nenhum sinal de fauna viva (só algumas ossadas de gado) e árvores retorcidas pelo fogo. Mas tudo bem, foi bacana andar um pouco e caminhar, já que essa viagem estava muito "parada" rs.

 

Carcaça de gado de alguma seca anterior

 

Andamos por cerca de 7 km ao todo e voltamos para a pousada, para um merecido almoço. Novamente seguimos o mesmo ritual de após almoçar ficar curtindo a variedade de pássaros que ficam na pousada. Também aproveitamos a volta ao trabalho da pessoa responsável pelos agendamentos para confirmar nossos próximos dias.

Mais para o final da tarde saímos para fazer nosso próprio safari, dessa vez seguindo rumo à Porto Jofre.

Andamos por volta de 1,5hs sentido Porto Jofre, onde conseguimos ver novamente muitas aves e jacarés e de diferente somente um pequeno roedor, que até conseguimos uma fotinho.

 

Pássaros e roedor avistados no nosso safari e Tuiuiú alimentado filhotes
 

O retorno foi ao entardecer e começo da noite. O mais legal que vimos foi uma raposinha na nossa frente. Coitada, ela não corria para os lados, apenas para frente, fugindo do carro... Paramos e ficamos olhando ela, esperando ela ir embora, mas ela parecia bem curiosa com a gente rs. Depois que ela foi um pouco ao acostamento, conseguimos passar ela, sem assustá-la. E chegamos à pousada em tempo para jantar e dormir rs.

Mias um lindo pôr do sol e raposinha que nos perseguia rs

 

Parte 5: Pousada Rio Claro - Dia 3

 

Como descobrimos com o guia Val que o passeio a cavalo seria somente pelo passeio mesmo, pois não se vê muitos animais, optamos por repetir o passeio de barco, pois pelo menos nele podemos ver o gavião e o jacaré pegando a piranha. Também optamos por fazer uma focagem noturna, pois como esses animais são mais ativos à noite, teríamos mais chances de vê-los. 

Bom, 8:30am fomos para o píer da pousada e zarpamos rio abaixo. Dessa vez nosso guia foi o Diego, também muito gente boa e com excelentes olhos pra avistar animais. 

Avistamos uma família de capivaras, um grupo enorme de jacarés, um grupo de macacos-prego, além da alimentação do jacaré, do gavião velho e de uma garça dessa vez. 

 

Série de pássaros avistados no passeio, mico capuccino, família de capivaras e de jacarés

 

Descobrimos com o Diego que a anta fica em regiões de pastagem e que a sucuri fica em corichos (poças e regiões alagadas do pantanal).

Após o passeio, fizemos a trilha da figueira, que fica na estrada que liga a pousada até a transpantaneira. Seguimos a trilha do wikloc (link aqui). Paramos o carro do outro lado da estrada em um descampado, bem próximo ao começo da trilha. 

Entrada da trilha da figueira
 

A trilha é fácil, bem autoguiada, porém um trecho estava fechado e então não pudemos fazer o circuito completo. O calor da região judia um pouco também. Um dos guias disse que se fizéssemos a trilha cedinho, é possível ver pacas e cotias, por isso decidimos fazer a trilha hoje, pra aprender o caminho pra amanhã fazer cedinho antes de ir embora. A trilha tem aproximadamente 3km ida e volta no total. Não avistamos nenhum animal, pois como tem muitas folhas secas no chão, nossos passos faziam muito barulho e os bichos fugiam antes que conseguíssemos vê-los. Mas mesmo assim foi bom. A trilha é bem bonita e precisávamos caminhar pra não morrer de tanto comer e dormir! Herege

Carcaça de tartaruga e vegetação na trilha

Ao final da trilha, almoçamos com a nossa deliciosa jarrinha de suco, demos uma relaxada após o almoço e partimos pra Poconé para abastecer o carro, pois no dia seguinte iríamos pra Porto Jofre e lá não tem posto de gasolina. 

 

Porquinhos na pista e série de jacarés em um dos açudes

 Poconé tem um centrinho bonitinho. Lá vimos algumas faixas na rua e descobrimos que no final de semana anterior tinha tido a "Cavalhada", o que parece ser uma festa cultural bem legal. Tomamos um açaí e um sorvete no Italianíssimo Sorveteria & Lanchonete e paramos na farmácia pra comprar Polaramine e mais repente. Depois seguimos para o Mercado Bom Jesus pra comprar água e biscoitos, abastecemos o carro e voltamos pra pousada. 

Voltamos com os olhos atentos na transpantaneira, afinal ela sempre nos presenteia com bons avistamentos! Já bem próximo da pousada, por volta da ponte número 15, avistamos um pequeno animal na lateral da ponte. Paramos o carro e iluminamos com a lanterna e para nossa surpresa ele fica de pé e era nada mais nada menos que um tamanduá-mirim!!!! Uau, por essa a gente não esperava! Ele logo fugiu pro mato, mas conseguimos ver a carinha dele muito bem! Foi mágico! A essa altura a Cris já tinha desistido de tentar tirar foto e decidiu apenas admirar, portanto não temos fotos, mas vai ficar pra sempre na lembrança!

 

Um pôr do sol mais belo que o outro

Voltamos pra pousada, jantamos com o nosso delicioso suquinho de melancia e zarpamos para a focagem noturna. O passeio é feito em uma F4000 ou F2000 antiga com a carroceria adaptada com bancos. Na estrada entre a pousada e a transpantaneira o caminhão pega umas rotas laterais, bem no meio do mato mesmo! Logo de cara já vemos um tamanduá-bandeira, que logo foge…. Depois vemos a anta, aquela mesma do dia do safari com focagem… e no mesmo lugar! Ela logo se escondeu na vegetação… aguardamos um pouco ela voltar, mas nada. 

Anta jovem comendo alguns matos

 Chegando na transpantaneira, pegamos sentido Poconé e bem no gramado da esquina vemos uma jaguatirica!!!!! Uau, que noite!!!! Seguimos um pouco mais, depois voltamos e fomos sentido Porto Jofre passando a entrada da pousada, mas infelizmente não vimos mais nenhum animal. O passeio tem duração de 1h30min e às 21:30h já estávamos de volta na pousada. 

Quando a Cris foi tomar banho o chuveiro não esquentava… Fê tentou resolver, mas aparentemente tinha caído o disjuntor. Vamos atrás do Carlos para resolver e todos se mobilizam, mas não tinha identificação dos quartos no quadro de disjuntor, então, tivemos que tomar banho em um outro quarto que estava vazio. Fizemos uma sacolinha com nossas coisas e fomos. Tudo certo. Ao voltarmos pro quarto comemos umas torradinhas com coca e fomos pra cama. Porém com todo esse lance do chuveiro, já era tarde e acabamos desistindo de fazer a trilha no dia seguinte cedo….

 

 

Parte 6: Pousada Rio Claro - Dia 4 e Viagem à Porto Jofre

 

Acordamos cedo, tomamos café, e pra deixar a despedida mais triste o café da manhã estava divino! Tinha uma pizza feita com pão de forma maravilhosa! Bom, fechamos nossa conta, despedimos de todos os funcionários e guias e partimos pra Porto Jofre às 8:15h. 

Poderíamos ter almoçado na Pousada Rio Claro, porém pelos comentários que ouvimos, em Porto Jofre tinha muito mais animais e como a pousada de Porto Jofre oferecia passeios de barco de meio período (manhã ou tarde) entramos em contato com a pousada pra saber se poderíamos fazer o passeio à tarde no dia da chegada. Disseram que sim, que o quarto não estaria liberado, mas que se chegássemos até meio-dia daria pra fazer. E assim foi. Como ficávamos sempre procurando animais na transpantaneira, chegamos em Porto Jofre às 11:45h. 

Hotel Pousada Mato Grosso à esquerda e Placa de Entrada do Parque Estadual Encontro das Águas

Carcará com uma pequena cobra na boca e um Curicaca

Estranha reunião de jacarés e capivaras à esquerda e família reunida na ponte à direita
 

 

Passagem de cavalos pantaneiros. Só vimos que tinha alguém tocando depois de muitos metros

 Na estrada vimos um cervo do pantanal, provavelmente fêmea pois não tinha galhada e era bem grande, que era simplesmente divina! As orelhas são grandes e redondas e o focinho pretinho. Ela ainda parou pra nos observar por uns segundos… foi incrível!

A única parte tensa da viagem é uma das pontes que está um pouco, digamos, "avariada" rs... Vejam no vídeo abaixo como é atravessá-la.

Precisa-se de um pouco de coragem para atravessar essa ponte rs
 
 
Em Porto Jofre ficamos no Santa Rosa Pantanal Hotel. Pela reserva inicial pelo WhatsApp nos disseram que o check-in era às 15h mas poderíamos guardar as malas na recepção durante o passeio de barco. 

 

Preços da Pousada (2022) e informações importantes do hotel
 

Chegando na pousada, trocamos uma ideia com o Marcos, responsável pela pousada, ele nos disse que o check-in era às 17h, e ele sugeriu que fizéssemos um passeio de meio período pela manhã, no dia de ir embora, pois à tarde as onças não são tão ativas… isso atrasaria nossa volta, mas já tínhamos computado isso caso não víssemos a onças no passeio de dia inteiro. 

Bom, reservamos o passeio de dia inteiro para o dia seguinte em lancha, pois ela tem uma cobertura que ajuda nesse sol quente do Mato Grosso e ainda é mais rápida que o barco (valores: 1850 no barco para 2 pessoas e 2490 na lancha para 4 pessoas). O passeio pode ser feito a partir das 6:30h, sendo que quanto mais cedo melhor pra ver onças. 

Nosso quarto ainda não estava pronto, então fomos almoçar. O almoço na pousada começa ao meio-dia (pago a parte, R$70/pessoa). O almoço é bem gostoso, mas nada especial que justifique o preço, exceto pela distância da civilização. 

Após o almoço ficamos numas redes em uma área de descanso esperando nosso quarto ficar pronto. Nisso vieram nos informar que tinham nos trocado de quarto para podermos entrar mais cedo. Tínhamos reservado o Chalé da Mata e nos transferiram para o Chalé da Fazenda. A princípio o Fê não gostou muito pois o reservado era 2 chalés geminados e esse 4. Mas acabamos ficando com ele pra poder ir pro ar condicionado logo… hehe. Mais tarde descobrimos que foi melhor assim, pois à noite ligam o gerador e ele faz bastante barulho e o Chalé da Mata fica bem próximo do gerador. 

 

 

Instalações do quarto no Chalé da Fazenda

 

Bom, relaxamos um pouco até 15:30h e então fomos passear de carro pela transpantaneira, já que no Rio Claro todos nos disseram que em Porto Jofre se viam muito mais animais…

Infelizmente não foi nosso caso. Não vimos absolutamente nenhum animal. Apenas uns ratinhos que rapidamente se escondiam e nem conseguimos fotografá-los. 

O jantar, que deveria começar às 19h, atrasou e começou pouco depois das 19:30h. O Marcos veio nos procurar para saber o que iríamos querer na marmita do barco do dia seguinte, podendo escolher entre frango, peixe ou carne. Escolhemos frango e peixe e a única bebida incluída é água. Como não bebemos refrigerante, pra gente só a água estava ótimo.

 

Parte 7: Porto Jofre - Dia 2

 

Acordamos cedinho, tomamos um café bem reforçado, que começa às 5:30h e às 6:30h em ponto já estávamos no barco. Estava bem frio, é importante levar blusa. Nosso piloteiro (como eles chamam o condutor do barco) era o Eurico. Colocamos o colete salva vidas e partimos. Porém o motor do barco começou a falhar, como se estivesse "engasgando". Retornamos pra pousada e um pessoal lá falou pro Eurico fazer alguns procedimentos no barco de liga/desliga e aparentemente melhorou. Nessa brincadeira perdemos 15min. Logo no começo do passeio ele ouviu pelo rádio que tinham avisado uma onça em um certo lugar. Todos os piloteiros têm rádio e avisam os demais quando veem alguma onça. Fomos pra lá, mas infelizmente ela já tinha "entrado no mato" e se escondido, talvez se o barco estivesse bom teríamos visto. Infelizmente chegamos tarde. 

 

Aves e jacaré ao sol.

 

O Eurico comentou que no dia anterior à tarde ele estava com um grupo de pesca na região do Cachiri e avistou uma onça enorme, numa área de praia, fácil de ver e ficou lá bastante tempo. Talvez se tivéssemos feito o passeio à tarde no dia anterior teríamos visto também. Bom, decidimos ir pra lá então. 

No caminho já teve uma surpresa muito boa. Uma família de Ariranhas!!! Ficamos apreciando um tempão esses bichinhos, enquanto eles caçavam peixes, brigavam entre si e procuravam um espacinho ao sol! Que surpresa boa!

Ariranha almoçando um belo peixinho!

 

Depois de um tempão, seguimos para o Cachiri. Acabamos ficando um tempo enorme nesse local, que devemos dizer, é muito agradável, cheio de pássaros, sons do Pantanal, quase nenhum movimento de outros barcos... estava uma delícia... Mas nada da onça rs. Então recebemos no rádio que havia uma onça próximo de lá e seguimos rumo.

Ao chegar no local já tinha vários barcos. A onça em si estava bem escondida atrás de uma moita.

Onça muito bem camuflada

Como teríamos um dia inteiro de passeio, ficamos esperando bastante tempo por lá... um a um os barcos foram indo embora e acabou que somente nós e outro barco tivemos a oportunidade de ver a onça sair do seu refúgio e tentar atacar um jacaré que passava bem em frente a ele. O bote não deu certo, mas amamos a experiência!!!

 
Onça saindo do rio depois do bote mal sucedido

 

Depois desse avistamento, continuamos andando pelo rio, seguindo vários caminhos, dicas de rádio até que o Eurico decidiu voltar rumo ao Cachiri. E antes de chegar lá, que fantástico, vimos duas onças, nadando, e que depois ficaram quase uma hora em uma prainha, descansando, curtindo... e nós também!

Onças nadando em direção à prainha

 

Era bem legal ver a dinâmica das duas onças jovens, que o pessoal indicou serem irmãs..  Foi fantástico!!!

Olhando assim parecem umas gracinhas, mas olha só os dentinhos da bichona!!!

 

Foi depois que elas partiram que a gente também partiu... Andamos pelos rios, vimos milhares de jacarés, aves, capivaras, mas nada de onça... tudo bem, já fomos agraciados pela visão maravilhosa daquelas duas onças!

Um carinho entre as bichonas

 Ainda pegamos um lindo pôr do sol no rio... Que dia magnífico!!! Voltamos para o hotel, agradecemos demais o Eurico e saímos felizes, lembrando tudo que passamos e esperançosos pelo dia seguinte rs.

Mais um lindo pôr do sol

Curtimos um pouco a noitinha no Hotel, até o horário da janta e fomos dormir, pois dia seguinte teríamos que deixar as malas prontas, já que seria passeio e zarpar!

 

 

Parte 8: Porto Jofre - Dia 3 e Retorno

 

Nessa manhã acordamos um pouco mais cedo para deixarmos tudo pronto para a viagem que seguia... era nosso último dia no Pantanal... mas não pensamos muito sobre isso, ainda teríamos uma manhã de passeio.

Fomos tomar o café e seguimos ao barco, onde o Eurico já nos esperava. Nos cumprimentamos e seguimos rumo a uma manhã de avistamentos!

O dia começou já agitado no rádio, mas quando chegávamos nos lugares, já não tinha mais nada para ver rs. Mas sabíamos que era assim mesmo, e em uma dessas chamadas de rádio, chegamos em um lugar onde já tinham vários barcos. No topo de um barranco, escondida por galhos, tinha uma onça paradinha lá. Do outro lado do rio, uma família de capivaras. Que cena. De tempos em tempos quando a onça se mexia, os pais soltavam gritos... era tenso!

Família de capivara ao sol e um tanto quanto atentas à onça

 

Onça pintada de olho na família - na maior parte do tempo sem esboçar nenhuma reação

 

Onça se movimentando no seu esconderijo

 Ficamos um tempo enorme por lá. Em um certo momento a onça começou sorrateiramente andar pela sua margem, até um ponto próximo da água, onde ela resolveu entrar na água e atravessar para o lado da família das capivaras.

Travessia do rio

  A essa altura a família já tinha se direcionado para um lugar mais escondido, sobre galhos e raízes, mas a onça ainda assim resolveu dar seu bote. Aparentemente a família conseguiu fugir, e a onça subiu rápido o barrando e foi embora, mata adentro. Até agora não conseguimos entender se ela conseguiu ou não pegar o filhote... 

E foi basicamente isso. No mais só vimos um búfalo de diferente. E infelizmente, chegara a hora de voltar ao hotel.

Búfalo voltado depois de matar a sede

 

 

Nos despedimos do Eurico, almoçamos pela última vez no hotel e zarpamos rumo a Jaciara, onde pretendíamos passar a noite novamente. Fizemos nosso último safari na Transpantaneira, e dessa vez uma coisa nova: encontramos com uma boiada sendo deslocada. Deu pra sentir bem como funciona o processo (e quase ter os retrovisores arrancados pelo gado rs).

Pelotão de frente tocando a boiada

 

Bicharada passando pelo carro

 

 Precisou de um pouco de fé, mas conseguimos passar pelos bichos
 

Outros bichinhos interessantes que vimos foi um cervo, muito lindo, e que deu pra tirar boas fotos! Uma ema e uma ilha interessante, com capivaras sendo protegidas por jacarés... pelo menos era isso que parecia rs...

Imagens do cervo do Pantanal

Nossa última Ema e mais uma ilhazinha com jacarés e capivaras
 
 

Chegamos no começo da noite em Jaciara e fomos direto ao Hotel Toquinho. Depois pegamos uma pizza Pizzaria El Shaday novamente e fomos descansar, já que o dia seguinte seria inteirinho na estrada. Conseguimos dirigir até Catanduva, onde dessa vez preferimos ficar em outro hotel. Escolhemos o Hotel Líder (link aqui). É um hotel simples, mas foi bem tranquilo. Muito hospitaleiro! Nos indicaram algumas lanchonetes para pedirmos nossa janta e depois dormimos para o último trecho do nosso trajeto! O café da manhã do hotel foi bem simples, mas deu pra saciar bem!

O trajeto final foi um pouco mais movimentado, mas no final deu tudo certo. Chegamos em casa com muitas lembranças e imagens na mente. E aquela vontade de voltar novamente!!!