sábado, 26 de novembro de 2016

Cuba - Parte 8 - Santa Clara

Reservamos nossa acomodação em Santa Clara ainda do Brasil pelo site do Airbnb (Casa Mercy 1938 - site aqui). 
Conversando com os donos da pousada pelo próprio Airbnb eles nos ofereceram um taxi para nos buscar na rodoviária por 4CUC, aceitamos e já solicitamos também um taxi para Cayo Santa Maria. 
Ainda do Brasil, confirmamos se podíamos deixar nossa bagagem tanto na acomodação de Santa Clara quanto na de Cayo Santa Maria antes do check-in, o que eles aceitaram sem problemas. Então, como já sabíamos que a essa altura da viagem já estaríamos loucos por uma praia, reservamos o taxi para Cayo Santa Maria para as 7 da manhã, assim já curtiríamos o dia inteiro de praia. O taxi saiu por 60CUC, quase o dobro do ônibus da viazul para nós dois, porém o ônibus chegaria em Cayo Santa Maria por volta das 17h e perderíamos um dia inteiro de praia…. Então fechamos o taxi mesmo.
Chegamos na rodoviária por volta das 8h da manhã e um senhor estava com uma plaquinha com o nosso nome nos esperando! Que felicidade! Eis que então chega a próxima aventura: o taxi era na verdade um mototaxi, que na verdade era uma moto com uma caçamba atrás com banquinhos. Coube nossas malas e embora desconfortável, não era nada comparado ao pau de arara.
Chegamos então na casa Mercy. O lugar é monumental.... parece uma casa de nobres do século XIX. Perguntamos se podíamos guardar nossas malas e se eles podiam preparar um café para nós (5CUC/p). O café da manhã era ótimo! Foi o primeiro pão macio que comemos desde que chegamos em Cuba! 
Imagens do Quarto em Santa Clara


Enquanto tomávamos o café a moça disse que já tinham terminado de limpar o nosso quarto e que já podíamos entrar. Essa casa tem uma facilidade que a proprietária fala inglês, o que não é comum nas demais casas particulares. O quarto era lindo, muito bonito, ar-condicionado split, um pé direito de quase 5m, móveis antigos e de muito bom gosto!
Saímos então para conhecer Santa Clara. Todas as atrações ficavam para um lado da casa, exceto uma: Conjunto Escultórico Comandante Ernesto Che Guevara, uma das atrações recomendadas pelo Lonely Planet como imperdíveis. Fomos então direto para esse local, pois assim já eliminávamos este ponto que era mais distante e à tarde podíamos nos concentrar em todo o resto, pois uma atração era bem próxima da outra.
O local é composto pelo Mausoléu do Che e pelo seu museu. Só é permitido tirar fotos da parte externa, para entrar no mausoléu e no museu é obrigatório guardar todos os seus pertences, principalmente câmera e celular em um guarda volumes gratuito. Aliás, essa foi a única atração de Cuba totalmente gratuita! Havia uma boa fila para entrar. Esperamos uns 30min até chegar na nossa vez. 
Foi bacana que chegou uma excursão de escola e eles não enfrentaram fila, entraram direto! Bacana isso! Tem que priorizar as crianças do país! Talvez se o Brasil pensasse fôssemos um país melhor....
Maosoléu do Che Guevara

                 
O Mausoléu do Che é o local onde estão os seus restos mortais, bem como de outros revolucionários mortos em combate. O local é climatizado, com uma parede toda de pedra, onde estão as gavetas com os restos mortais de cada revolucionário e seu nome. Há ainda um jardim onde há uma tocha que fica permanentemente acesa. Parece ser uma cultura local colocarem tocha acesa em locais onde jazem os mortos, pois nos disseram que em Santiago de Cuba também tem uma no local onde estão os revolucionários que morreram em combate. Alguns revolucionários ficam dentro do Mausoléu do Che e outros fora.... Não sabemos ao certo o porquê, mas deve ser que os mais importantes ficam dentro e os demais fora.

Cemitério dos Revolucionários
O museu é composto principalmente de objetos pessoais do Che, fotos e pouquíssimos textos sobre sua vida. Com certeza é um local que vale a visita!
Saindo de lá fomos para a Catedral de las Santas Hermanas de Santa Clara de Asis, uma atração descrita no Lonely Planet pela beleza de seus vitrais. A igreja foi construída em 1923 após a demolição da igreja original no Parque Vidal. Há uma estátua da Virgem Maria conhecida como La Virgen de la Charca (Virgem da Lagoa).


Igreja da Virgen de La Charca

No caminho, passamos pelos murais, que são caricaturas feitas em um muro de forma muito inteligente e cômica, abordando principalmente a relação entre Cuba e Estados Unidos e temas como a guerra e a guerrilha.
Pinturas no Muro em Santa Clara
Fomos então para o Parque Vidal, que como todo "parque" em Cuba é uma praça. Nos entornos, o Lonely Planet sugere o Teatro de la Caridad e o Museo de Artes Decorativas, porém optamos por não entrar em nenhum dos dois, apenas observar por fora. Segundo o Lonely Planet, na época colonial esta praça tinha duas calçadas diferentes, separadas por uma cerca, para separar negros e brancos.
Imagens da Praça Vidal
Estátua de Marta Abreu - Filantropa Local

Coronel Leôncio Vidal - Morto nesse Local em 1896 na Era Colonial
Museu de Artes Decorativas
Fomos então almoçar no restaurante Colonial 1878, que achamos pelo nosso aplicativo MAPS.ME, pois ao olhar por fora não há nenhum indício de que ele é um restaurante. O local é agradável, bem ventilado e a comida muito boa. Embora um pouco mais cara, em torno de 7CUC o prato, o mesmo vinha acompanhado de um suco natural. Pedimos o bom e velho lombo defumado, que não tem erro e frango.
Fomos então para o Monumento a la toma del tren Blindado, onde paga-se 1CUC para entrar e mais 2CUC para fotos. O local é um museu, cujas salas são dentro dos vagões (restaurados, porém ainda com buracos de tiros) do trem de Batista que o Che descarrilou em 1958 com um trator e um coquetel molotov. 
O trem estava repleto de armamento e este foi um ponto crucial para a revolução cubana. Neste museu vimos o documento mais interessante de toda essa viagem! Nele havia um documento com os objetivos da revolução e do exercito rebelde. Sabe qual era um dos objetivos? Eleições presidenciais diretas.... Curioso não? Por que será que depois que ganharam a guerra o Fidel ficou no poder 49anos e depois passou a presidência para o seu irmão que assumiu em 2008 e governa até hoje? Será que se esqueceram desse objetivo? Interessante......
O museu exibe principalmente fotos do descarrilamento do trem e objetos transportados, armas, fardamentos, utensílios dos soldados Batistianos, etc.
Praça em Homenagem aos Beatles
  
Imagens do "Museu" do Descarrilhamento - Imagens do Trator Responsável pelo Descarrilhamento, o Cocktail Molotov e Imagens Simbólicas do Evento para a Revolução

Mais um das Homenagens à Chê Guevara

Posteriormente fomos então à estátua do Che y Niño em frente ao PCC – Partido Comunista Cubano (comitê provincial), que é uma pequena estátua do Che segurando uma criança, simbolizando a próxima geração. No uniforme do Che, há diversas mini-esculturas, simbolizando fatos de sua vida, como por exemplo os 38 homens mortos com ele na Bolívia representados na fivela do seu cinto.
Imagem com Adornos de Che Guevara em Frente à Sede do Partido Comunista Cubano

Fomos por fim à fábrica de tabacos Constantino Pérez Carrodegua, que segundo o Lonely Planet era mais barata que a de Havana para comprar charutos. Como já tínhamos visitado uma fábrica em Viñales, decidimos não fazer o tour e ir apenas na lojinha. 
A atendente fala inglês e espanhol e realmente os charutos são mais baratos que em Havana, mas ainda sim os famosos (Partagás, Monte Cristo, Cohiba e Romeo e Julieta) são os olhos da cara! Porém tinham alguns charutos mais acessíveis, em torno de 1,5CUC cada (ainda assim caro, 6 reais por um charuto que acaba em 10min?). Pelo ao menos era 100% com tabaco cubano. Compramos alguns e depois fomos em uma igreja próxima, a Iglesia del Carmen
Iglesia del Carmen

 À noite fomos jantar no El Pulllman, no calcadão. Nada nos atraiu aos olhos, então fomos nele porque era uma pizzaria e pensamos que pizza não tinha erro..... Porém eram pizzas iguais às de Bayamo mas os preços iniciavam em 3,5CUC.
Pedimos uma pizza e uma sopa, o problema é que a atendente ficava sentada e uma mesa com os seus amigos e quando chamávamos ela fazia cara feia, como quem diz: vocês me incomodando de novo? Depois dos pratos, ainda estávamos com fome, pois é tudo muito pequeno.  Porém não pedimos mais nada senão era perigoso a atendente nos bater!
Restaurante El Pulmann (à Esquerda)

Saímos de lá e fomos para um café pertinho da nossa casa particular, perto do Monumento a la toma del tren Blindado, chamado Café Museo, que na verdade é um bistrô, com músicas boas e muitas fotos do período da revolução. O atendente era fantástico! Muito gente boa! Formado em História, muito culto! Tinha vários drinks gostosos e a bons preços. Pedimos uns drinks, um misto quente (sanduiche de jamón con queso) e voltamos para a casa pois no dia seguinte acordávamos cedo!

 



Link de cada Parte da Viagem:



Nenhum comentário:

Postar um comentário