domingo, 21 de abril de 2019

Minas Gerais - Gonaçalves

GONÇALVES


Nós ouvimos falar de Gonçalves por acaso, quando comentamos que queríamos um lugar sossego para passa um fim de semana prolongado. Um amigo citou Gonçalves, falando que tinha bons restaurantes, cachoeiras e até algumas trilhas. Além de ser relativamente próximo de onde vivemos.

Quando começamos a pesquisar a cidade veio a surpresa. Gonçalves tem várias trilhas que levam a picos e cachoeiras. Aparentemente um ponto maravilhoso da Serra da Mantiqueira.

Escolhemos então nossas trilhas (decidimos pelos picos já que poderia estar frio), e a pousada.

Nós hospedamos na Pousada Passaredo (link aqui). Pegamos o chalé mais simples, geminado, mas que ainda assim tinha lareira, frigobar e até secador de cabelo.

A Pousada é muito bela. Bem arrumadinha, com várias araucárias por toda propriedade, cheia de pássaros e com um rio que passa na parte mais baixa, onde há chalés que talvez dê para dormir ao som da água que corre. Ela fica a 9 km da cidade de Gonçalves, sentido Pedra do Forno, seguindo pela estrada da Terra Fria, por estrada de terra, mas bem conservada.

Visão geral do apartamento mais simples da pousada
Detalhes da lareira à esquerda e a moringa sob a mesinha. No restaurante há uma galão de água para você encher a moringa como cortesia
Frigobar no quarto e banheiro simples mas bem equipado. A ducha é com aquecimento à gás


Os donos da pousada que administram, recebem os hóspedes, servem o café da manhã, servem almoço e jantar no restaurante que fica aberto ao público em geral. Uma família toda trabalhando juntos.

O patriarca, seu Zigui, é muito gente boa. Sentar e conversar com ele te faz esquecer da vida. Ele chegou na região há quase 30 anos, sendo um dos pioneiros no ramo de hospedagem em Gonçalves. Talvez por isso seu empreendimento esteja tão bem localizado.

A pousada ainda tem uma piscina (nem chegamos perto por causa do frio rs), uma coleção gigante de DVDs para os hóspedes se servirem e assistirem filmes nos quartos e uma trilha sonora nas refeições muito boa.

Nós chegamos pela noite, fomos atendidos pelo Danilo, que nos explicou o funcionamento da pousada e já experimentamos o restaurante. Pedimos uma massa com molho da casa e uma truta com dois purês (banana e pinhão). O molho da casa era muito bom, mas quem roubou a cena foram os purês, em especial o de pinhão. Simplesmente divino!!!!! Chef Karen, filha da Regina

Voltamos ao quarto e como fazia um friozinho bom acendemos a lareira e curtimos o calorzinho um tempinho antes de dormir.

Calorzinho da lareira pra aquecer



Dia 1 - Pedra Bonita


Acordamos tarde pra quem quer fazer trilha, mas como o café só começava a ser servido às 8:30 nos demos esse direito :-)

Gaiola na pousada. Apesar das aparências a gaiola é aberta e o beija flor passas pelas frestas. Há muitos pássaros lá, muito lindo

O café da manhã era muito bom. Tinha um pão de pinhão que a proprietária falou que é o carro chefe deles. Aliás tinha muita coisa feita por eles mesmos, até a Granola. Realmente estava muito boa, ainda mais com o iogurte de leite fresco. Tudo feito com bastante carinho. Tinha até frutas de pés da propriedade. Nós até ficamos mais tempo que o normal, curtindo a música ambiente e conversando com a dona Regina.

Depois do café nos arrumamos, mochila pronta, mapa na mão e seguimos para a Pedra Bonita. Pelo que havíamos lido no site Picos do Brasil seria uma trilha de quase 6km, com bastante subida e meio difícil de se localizar no começo.

Com o carro, da Pousada Passaredo, tivemos que voltar até a Pousada Som das Águas e seguir rumo à Fazenda Campestre. Para ajudar olhem esse link que mostra o caminho da Pousada Passaredo até onde deixamos o carro. Também acessem o link do Picos do Brasil para pegar a trilha deles.

Aqui vai um alerta muito sério: caso sejam marinheiros de primeira viagem em trilhas, procurem os serviços de guias da cidade. O início da trilha é bem complicada e pela simples imprecisão do GPS você consegue facilmente se perder. Ainda nas partes mais marcadas há muito mato fechado, e possível presença de animais peçonhentos. Tem que usar perneira! Para quem conhece e tem facilidade, vale a pena trazer facão. Nós pegamos um galho para usar de apoio logo no começo e precisamos usar bastante ele para abrir caminho.

Outra coisa é que a roupa tem que ser própria para trilhas, calça e camisa de manga comprida e botas de trilha. O mato roça muito ao corpo e havia em alguns pontos galhos com espinhos, além de uma taturana que grudou na calça do Fê.

Tem que levar água porque a subida representa 90% do trajeto de subida, então o esforço é muito grande.

Depois de acharmos a porteira citada no blog, também seguimos a dica deles e deixamos o carro antes da subida que chega na porteira, já que tem um recuado bom na grama, e parece ser o único lugar perto para parar o carro.

Ponto onde deixamos o carro, antes da subida que leva à porteira que dá início ao trecho a pé
Fomos até a porteira que tinha uma placa "Propriedade Particular - Identifique-se". Porém não encontramos ninguém, e imaginamos que entrando na estrada chegaríamos a uma casa para nos identificarmos.

Estrada após a porteira. Não tinha sinal de ser utilizada à tempos

Cruzamos então a porteira pela passagem ao lado e subimos uma estrada bem íngreme. Ela acaba em outra porteira de arame farpado, porém o caminho não é através dela, mas sim à direita passando por uma cerca também de arame farpado. Tinha um trecho até com uma abertura maior (provavelmente por onde passam sempre) e passamos por lá.

Esse local é um pasto, tinham uns poucos bois lá. Não há trilhas, então é preciso ficar atento no GPS para não se perder. Depois de subir um pouco há uma pequena estradinha com terra bem remexida pelos bois e com um pouco de lama. Essa estradinha termina em mais um pasto, e é bem difícil avistar o começo da trilha, propriamente dita. Nós tiramos as fotos abaixo para ajudar a identificar o ponto certo, pois mesmo com GPS conseguimos errar.

Ponto inicial da trilha

Essa árvore seca fica logo abaixo do início da trilha


A trilha é mais bem marcada, com poucos trechos que geraram dúvidas, e quase todas as dúvidas eram se íamos pela direita ou esquerda de umas árvores, mas que no final voltam ao mesmo ponto.

No começo a trilha é bem aberta e marcada

Logo depois do bosque de eucaliptos há uma outra cerca e um ponto de passagem.
Trecho de cerca com passagem


O que mais dificultou mesmo foram os trechos de mato bem fechado, onde usamos o bastão para alargar a passagem, ou simplesmente íamos em frente com o mato e galhos tocando o corpo.

A trilha também é muito íngreme, já que o ganho de altitude é perto dos 500m, percorridos em apenas 3km. Assim exige-se muito das pernas e coração!

Bom, depois de mais de 1 km chegamos em um ponto de observação, na verdade um matão que foi cortado em um barranquinho, que já dá uma bela vista da serra. Tiramos algumas fotos e seguimos.

Vista a partir do ponto de observação

Depois de mais 1km chegamos a um primeiro mirante. E um senhor mirante. É um trecho de rocha que forma um platô, com uma vista fantástica da serra, com montanhas menores com mata intocada. Muito maravilhosa a vista. Lá sim ficamos um tempo contemplando.

Primeiro mirante na trilha

Visual a partir do mirante é deslumbrante. Mata preservada



Uma bela panorâmica do local (clique para ampliar)

Duas das várias borboletas que encontramos na trilha

Mais quase um quilômetro e chegamos no segundo mirante. Outra formação rochosa que você precisa subir obrigatoriamente para seguir a trilha. A visão desse mirante já é voltado aos sítios, com menos mata virgem à vista e bem mais pastos. Lá ficamos menos tempo e seguimos uns 400m até a Pedra Bonita. 

Panorâmica a partir do segundo mirante (clique para ampliar)

Vista do segundo mirante. Aqui a paisagem já é mais de descampados e cidades

Para chegar na Pedra Bonita você tem que subir umas pedras, nada tão complicado. A pedra em si não é bonita, mas a paisagem é formidável. Que linda vista. Ficamos um bom tempo curtindo, afinal levamos mais de duas horas pra chegar.

Enfim, chegamos!!!

Visão de montanhas ao horizonte

A Pedra Bonita em si!


Bromélias no alto da Pedra Bonita


O visual compensou muito a trilha, o esforço, os percalços, tudo. Muito legal mesmo lá em cima. Tem-se visão de quase 360° do entorno, vendo mata virgem e descampados. Há muitas montanhas ao fundo e até uma cidade que não conseguimos identificar. Fantástico mesmo.

Uma bela panorâmica do lugar. Visão quase 360 graus dos arredores (clique para ampliar).
Depois de muita admiração, descemos a trilha de volta ao carro. A descida é muito mais rápida, mas nós perdemos entre o primeiro pasto e a estradinha com lama. Demoramos para achar, mas ainda bem que achamos rs.

Chegamos na porteira de arame farpado e um boi nos olhava curioso.

Único cidadão que encontramos em toda trilha rs

Voltamos ao carro cansados mas felizes.

Sumário da trilha:
- Tempo de Subida: 2,5hs
- Tempo de Descida: 1,5hs
- Distância Total Ida e Volta: 5,7km
- Altitude Inicial: 1570m
- Altitude Final: 2080m
- Ganho de Altitude: 490m
- Nível Esforço: muito alto pelo tempo de subida e perigo alto de animais peçonhentos e de se perder
- Vestimenta: Bota de trilha, calça comprida (preferencialmente de trilha pelo mato que roça), perneira e camisa de mangas compridas. Chapéus são recomendados porque se passa por muita teia de aranha.

O plano inicial era ir ao Pico Barnabé após a Pedra bonita. Na trilha pensamos em conhecer as cachoeiras mais próximas de Gonçalves, que são muito fáceis de chegar (segundo a dona da pousada). Mas como já eram quase 16hs, achamos melhor tomar um banho e conhecer a cidade.

Descendo para Gonçalves pensamos em comer no Nó de Pinho indicação do colega que nos deu a dica de Gonçalves. Infelizmente o jantar começaca às 19hs (até 22hs) e o almoço era só de 12:30 até 14:30. Assim optamos por ir à Gonçalves mesmo (mas não sem antes dar um alô pra um cavalinho na cerca do Rancho Miguel que estava curioso com nossa passagem :-)

A cidade de Gonçalves é bem pequena, mas com vários restaurantes, cafés e lojas muito arrumadinhas. Muito bonitinha mesmo. Paramos perto da igreja e decidimos ir comer no Paulo das Trutas (link do mapa), que nos foi indicado. Pedimos uma truta defumada, um patê de truta defumada (sim, amamos truta defumada) e uma 1/2 salada. A comida é suficiente para duas pessoas, mas cada um só come meia truta :-( rs

Muito boa truta no Paulo das Trutas. Nota para o cardápio que indica as duas cidades que tem o restaurante

Voltando ao carro ainda paramos em uma lojinha de chocolates e voltamos à pousada. No meio do caminho ouvimos o barulho de algo solto no teto do carro. Achamos que era o suporte de bicicletas, mas nada. Andamos e o barulho intrigava. Paramos na vila 3 orelhas e descobrimos. Tinha um parafuso solto no teto do carro. Até agora estamos tentando achar de onde rs.

Aventura concluída curtimos mais uma lareira (a pousada dá um cesto de lenha por dia) e fomos dormir.



Dia 2 - Pedra do Forno / Pedra Chanfrada


Acordamos novamente às 8h, refeitos do dia anterior rs, fomos tomar café, tudo bom novamente. Uma nota: como o café era divino comíamos mais que devíamos. Aprontamos a mochila e saímos rumo à Pedra do Forno.

A estrada é tranquila, bastando seguir indicações às vezes da Pedra do Forno, às vezes do restaurante do Olvídio e Glória. Isso para quem já está na estrada da Terra Fria, como nós que saímos da Pousada Passaredo.

Começo da trilha - A Pedra do Forno é esse pico ao fundo da casa... rs

Mesa do lado de fora do restaurante

Vista do interior do restaurante

Chegamos no restaurante e estacionamos o carro logo acima, num estacionamento amplo. Descemos então seguindo as placas para a trilha e logo na porteira havia uma indicação de taxa de manutenção da trilha R$ 5,00. Voltamos ao restaurante e perguntamos a quem pagar, era lá mesmo. O moço do restaurante deu uma informações rápidas, inclusive falou que a escada ao final era bem tranquila. Como ele não tinha troco, pediu para eu pagar na volta. Então acho que era sossegada mesmo a escada, afinal ele ia perder R$10,00 caso contrário rs.

Passamos a porteira e seguimos um trecho gramado, onde na cerca perto da horta dá para se ver bem a pedra imponente ao fundo. Fotos tiradas seguimos por mais um portão, cruzamos um riozinho de águas cristalinas e começamos a trilha propriamente dita.

Portãozinho curioso que passamos ao lado na trilha

Essa trilha é muito bem demarcada. Se comparada com a da Pedra Bonita ela é para crianças, não fosse o aclive acentuado. Essa trilha é praticamente 100% de subida, porém o total percorrido é menor.

Há alguns pontos que a terra está bem úmida e escorregadia, várias pessoas de tênis tinham que tomar cuidado e chegaram até a cair. Usar bastão ajuda demais. Estávamos com o que pegamos no dia anterior e vale a pena.

Em um certo momento cruzamos com um pessoal descendo e dois cachorros lhes faziam companhia. Segundo o pessoal eram cães do restaurante que foram até o topo com eles. Será que são eles quem cobram a taxa de manutenção??? :-)

Bom, depois de muita subida a trilha chega em um rochedo enorme. Nesse ponto há uma escada com um pequeno corrimão de apoio. O início é bem inclinado, mas depois é menos acentuado. Não há necessidade de pânico, é possível subir sem maiores problemas. Distribuindo a força nas mãos e nos pés a subida é tranquila.

Escada no ponto quase final da trilha. A inclinação não chega a 90 graus, o que faz a subida não ser tão difícil




Vista já do rochedo após a escada


Panorâmica do rochedo após a escada (clique para ampliar)
 Depois da escada, ainda no rochedo, se tem uma vista maravilhosa da serra. É fantástico mesmo o visual. Ficamos um tempinho lá antes de continuar o trajeto, que segue subindo como degraus em pedras e pronto, topo do pico. As primeiras coisas que se avista é uma cruz e uma capelinha.



Primeira vista ao chegar ao final da trilha da Pedra do Forno
Exterior e interior da capelinha
Caderninho de visitas com uma bela mensagem
E ainda que haja esse pedido, tinha assinaturas na parede
Na capelinha há um livro de visitas. Tudo bem bonitinho. Assinamos e fomos curtir o visual. De lá é possível ver até a pedra do Baú em Campos do Jordão, além de cadeias de montanhas bem distantes. Um visual espetacular. É possível avistar uns 270° de paisagem, sendo mata virgem à esquerda e sitos e descampados ao centro e à direita.




(Quase) 360 da Pedra do Forno (clique para ampliar)

Uma vista deslumbrante, mais ao lado direito, com áreas descampadas

Vista do lado esquerdo, com muita mata preservada ainda

Ficamos um tempão curtindo a paisagem. Pra quem quer paz é preciso ir cedo, pois chegamos sozinhos com mais duas pessoas. Em menos de 30 minutos já havia mais de 15 pessoas e mais estavam chegando.

Alma preenchida, descemos com muito cuidado, pois para descer os trechos escorregadios são piores. Em pouco tempo estávamos novamente no restaurante, onde pagamos a taxa e voltamos ao carro.

Sumário da trilha:
- Tempo de Subida: 1h
- Tempo de Descida: 40min
- Distância Total Ida e Volta: 4km
- Altitude Inicial: 1590m
- Altitude Final: 1870m
- Ganho de Altitude: 280m
- Nível Esforço: alto pela subida e perigo médio pelo risco de escorregar.
- Vestimentas: Botas ou sapatos de trilha. Não há mato alto que peça calça e camisa de manga comprida. Boné ou chapéu devido ao sol no pico é recomendado.

Do restaurante do Olvideo e Glória ao restaurante Ao Pé da Pedra, onde começa a trilha da Pedra Chanfrada, foram 10min. Paramos o carro, comemos algumas frutas e castanhas e seguimos para a trilha.

Não se paga estacionamento nem taxa para fazer a trilha. A trilha é muito bem demarcada, com placas indicativas. Logo no começo já se avista a Pedra Chanfrada, com um paredão colorido, bem legal. Dá pra ver o pessoal no topo e se ter uma ideia do quanto se anda, hehehe.
Pedra Chanfrada do início da trilha
Chegamos ao topo em 50min, parando de tempos em tempos para descansar. Classificaria a trilha como nível médio, não há nenhum trecho com maior nível de dificuldade, mas é bastante íngreme e escorregadia. A trilha possui 165m de elevação, e 1,5km de ida (3km ida e volta).

Vista do meio da trilha

Chegando-se ao topo, a visão é apenas de 180 graus, com uma floresta às suas costas. Há uma cruz e alguns aparatos meteorológicos, o que acaba prejudicando um pouco a visão, mas em compensação as árvores fazem sombra.


Cruzeiro no topo da Pedra Chanfrada
A visão de lá de cima é praticamente apenas de Gonçalves. Mas o legal é que dá pra ver realmente o que é a cidade: um misto de mata nativa, sítios e picos. Na extremidade direita se tem uma vista de maior alcance, mas é uma pequena faixa de visão.

Panorâmica do alto da Pedra Chanfrada (clique para ampliar)

Além da cruz há também uma antena com alguns equipamentos



Pedra do Forno bem em frete à Pedra Chanfrada

Ficamos lá aproximadamente 1h, aproveitando a paisagem para descansar um pouco das trilhas.
A descida durou 30min, porém bastante escorregadia.

No caminho encontramos muitas pessoas despreparadas, como se não soubessem o que encontrariam pela frente. Pessoas de Crocs, sapatilha, tênis de sola lisa, etc. Aconselhamos ir de calça comprida, manga comprida, bota de trekking e boné.

Sumário da trilha Pedra Chanfrada:
- Tempo de Subida: 50min
- Tempo de Descida: 30min
- Distância Total Ida e Volta: 3km
- Altitude Inicial: 1504m
- Altitude Final: 1669m
- Ganho de Altitude: 165m
- Nível Esforço: médio
- vestuário: calça comprida, preferencialmente larga, pois grudam-se picões que caso a calça seja justa incomoda um pouco; manga comprida, bota de trekking e boné.

Chegando ao restaurante, o cheiro estava maravilhoso e a fome avassaladora... Porém, não haviam mais pratos e ao pedirmos ao funcionário, ele disse que já haviam encerrado as atividades (eram 15:40h). Uma pena.

Voltamos para a nossa pousada, e almoçamos no restaurante de lá. Comemos um rondelli de presunto e queijo e um canelone de ricota com nozes. Estava bom.

Aproveitamos para descansar um pouco e à noite fomos jantar no restaurante Nó de Pinho, que um colega nos indicou. Pedimos uma salada, um cubinho de tapioca e um prato de truta com crosta de amêndoas e risoto de pinhão com legumes. Estava maravilhoso!!!! Com dois sucos naturais, a conta ficou em R$127,00.

No restaurante da nossa pousada estava tendo viola caipira. A intenção era tomar uma taça de vinho enquanto ouvia a música, mas já não tinha mais mesa vaga... Fomos pro quarto, acendemos a lareira e fomos descansar para o próximo dia de trilha....





Dia 3 - Pedra do Jair (Sapucaí-Mirim, MG)



Acordamos um pouco mais cedo já que teríamos que fazer o checkout.  Tentamos não fazer muito barulho pois se ouve bem pela parede que divide os quartos, e preparamos o carro.

Acertamos tudo e conseguimos tomar café pouco antes das 8:30. Estava perfeito para variar.

A ideia inicial era ir no pico/floresta do Barnabé, que não havia sido feito no dia 1 como planejado, mas no dia anterior a Karen da pousada comentou que a Pedra do Jair era fenomenal. Aí vimos o TripAdvisor e mudamos de ideia!

A Pedra do Jair fica no município de Sapucaí-Mirim, seguindo da pousada Passaredo sentido Pedra do Forno, mas pegando o outro lado da bifurcação, pela antiga estrada para Camanducaia.

O trajeto de estrada de terra tem umas subidas íngremes, com pontos de atenção pois é preciso pegar embalo. Talvez com chuva seja complicado de chegar até a base, no restaurante do Jair.

Depois de uns 8km (18km se estiver vindo do centro de Gonçalves) chega-se no Restaurante do Jair.

O atual proprietário, seu Lázaro, estava voltando da horta com alfaces fresquinhas. Ele informou que se a pessoa almoça no restaurante a subida é gratuita, caso contrário são R$ 5,00 por pessoa ou R$ 10,00 por Jipe. Sim, por Jipe, pois a trilha é possível de ser feita por 4x4 até quase o topo, pois há uma trilha de uns 100m meio íngreme até o topo.

Baseado nisso é preciso ter em mente que a Pedra do Jair pode não ser um ambiente tranquilo e quieto, várias pessoas podem subir de 4x4, quadriciclos (alugados no restaurante) ou até motocicletas. Aliás, quando estávamos no topo várias pessoas subiram de moto até lá em cima.

Paz e tranquilidade só se der sorte ou for fora de temporada/fim de semana.

Nós subimos a estrada (não vamos chamar de trilha o percurso que 4x4 fazem né? rs) que é mais acentuada no começo e em alguns pontos próximo da reta final, mas sem maiores percalços, como escorregar, se perder, nem mesmo pegamos picão rs.

Vista da Pedra do Jair, no alto, a partir do início da estrada

Estrada larga e tranquila para subir (salvo pontos mais íngremes, mas ainda assim, fácil subir)

Vista dos Manacás da Serra quase no fim da estrada

Reta final (vista com a Pedra do Jair nas costas)


Ao final da estrada há um gramado onde os 4x4, motos e quadriciclos estacionam, que já tem um belo visual. A partir daí a trilha é estreita e vai ziguezagueando até o topo da Pedra do Jair.

Trecho final da subida onde algumas pessoas ainda sobem de moto

Rochedo quase no final da trilha


Lá em cima tem 2 partes interessantes. Uma mais à frente, onde há um rochedo que permite ficar apreciando a face do topo que aponta ao restaurante, onde ficamos um tempo admirando a paisagem


Panorâmica da pedra mais a frente com face ao restaurante

A outra, mais próxima ao final da trilha é o ponto mais alto, que permite uma visão quase 360 graus dos entornos. Vimos não só a Pedra do Forno e a Chanfrada como também a Pedra do Baú, em Campos do Jordão.

Que vista magnífica. Tudo muito belo. Enquanto estávamos lá umas 4 motos subiram ao topo e várias pessoas de 4x4 e quadriciclos. Havia mais barulho de motor que gente lá em cima, pois vários iam até a base e não subiam.

Ainda assim tivemos a sorte de conseguir um tempo de mansuetude, sem barulhos!!! Uma pena ser assim pois o local merece ser apreciado, ao som das abelhas trabalhando nas várias flores lá de cima.

Panorâmica do alto da Pedra do Jair. Detalhe para nosso cajado, companheiro encontrado na trilha da Pedra Bonita (clique para ampliar)

Vista com as várias flores que alegram as abelhas lá em cima

Mais uma bromélia com uma vista privilegiada


Depois desse momento resolvemos descer. O trajeto tinha seus momentos tensos, já que vários grupos de motociclistas passaram por nós, alguns eram adolescentes e nem reduziam a velocidade próximos a nós.

Uma última vista da Pedra do Jair a partir da estrada na descida

Chegamos ao restaurante e fomos almoçar, já que depois não teria mais passeios. Que almoço no Restaurante do Jair.!!!A refeição era R$ 25,00 por pessoa no esquema de buffet e R$5,00 um copo generoso de suco. As opções de salada eram boas, com folhas fresquinhas.

Na parte de pratos quentes tinha feijoada, pernil, galinhada, um bolinho de arroz muito bom e outros acontecimentos bem gostosos. Eram pratos bem caseiros.

De barriga cheia, demos nosso tchau e seguimos viagem. Segundo o Google Maps a volta mais rápida seria continuando a estrada até Camanducaia. Seguimos então e a estrada estava bem tranquila, toda de terra por 30km até a Fernão Dias.

Floresta de Araucárias na estrada para Camanducaia

E foi isso, Gonçalves com volta marcada para Novembro, aguardem!!!