terça-feira, 9 de julho de 2019

Mato Grosso do Sul - Bonito



Preparação e Dia 1 - Sábado - Flutuação no Aquário Natural

No feriado de 9 de Julho de 2019 nós programamos viajar para Bonito. A Cris já tinha ido ao local exatamente 20 anos atrás, então seria uma bela emoção voltar.

Além disso seria interessante comparar com nossa viagem à Nobres (vide relato aqui) já que por lá eles se comparavam tanto com Bonito.

Bom, vamos às pesquisas e planejamentos. A parte de passeios é tabelado, então todas as empresas turísticas vendem os pacotes pelo mesmo preço. O que notamos serem diferenciais são o atendimento (tempo de resposta e qualidade das informações) e as datas e horários dos passeios.

No nosso caso já havíamos pesquisado e vimos relatos que, para quem não tem tanto tempo e dinheiro, é legal fazer flutuação, cachoeira e visita à gruta (um pouco de cada tipo de atração).

Assim havíamos escolhido a flutuação no Aquário Natural e no Rio da Prata. Também escolhemos o Parque da Boca da Onça (cachoeiras). Por fim, de grutas optamos pela Gruta do Lago Azul e a Gruta São Miguel.

Roteiro montado escolhemos a empresa turística que conseguiu nos colocar para ver as grutas no dia 9 pela manhã, já que nosso voo de volta era pela noite, e Campo Grande fica 4 horas de Bonito.

A agência foi a Águas Turismo (contato aqui). Com eles conseguimos planejar tudo e eles respondem bem rápido as mensagens.

Nossa passagem foi comprada aí dá em Janeiro, e foi fantástico descobrir no Carnaval que um casal de amigos também ia, inclusive nos mesmos voos de ida e volta :-)

Eles alugaram um carro pela Unidas, usando o app e pagaram muito barato por um belo carro! Que bom que foram com a gente rs.

Para hospedagem reservamos o Bonito Flat (contato aqui), que achamos bons comentários e nos atendia melhor, já que alguns passeios seriam antes do café da manhã das pousadas. Além disso várias delas tinham reclamação de chuveiro sem pressão de água.

Na semana da viagem nossos amigos nos mandaram uma notícia muito louca, iria fazer um frio cortante no nosso período lá. Realmente uma frente fria chegou com tudo, chovendo até o dia anterior da nossa viagem e deixando um frio monstruoso.

Chegamos em Campo Grande na 6a. Feira pela noite e optamos por ficar em um hotel perto do aeroporto mesmo. Ficamos no Orla Morena (contato aqui).

Que belo hotel foi esse em Campo Grande!!! Fantástico mesmo. Os quartos eram bem isolados e não sentimos tanto o frio externo... Conseguimos dirimir muito bem.
Quarto e Banheiro Muito Espaçosos

Acordamos no sábado, tomamos um belo café da manhã, com umas duas frutas, 4 tipos de frios, torta, empada, pães, 1 suco, café e leite. Tudo muito bem feito.

Alimentados, seguimos rumos à Bonito.

A estrada até Bonito é toda de pista simples, quase sempre uma reta, com pequenas subidas e descidas que fazem as ultrapassagens serem às vezes perigosa. Lá se nota que faróis acesos durante o dia são bem útil para melhorar a visibilidade para as pessoas no outro sentido.

Quanto mais nos distanciávamos de Campo Grande, mais paisagens naturais iam surgindo. A grande maioria da paisagem, contudo, é pasto ou plantações, em especial o milho.

Já bem pertinho começamos a avistar tucanos :-) . Nós estávamos o do direto ao passeio do dia, que era a flutuação do Aquário Natural. A agência nós havia passado uma cópia do voucher por WhatsApp e avisado ao pessoal do local que não traríamos voucher impresso.

Chegamos no Aquário Natural bem fácil. A atração existe no Google Maps/Waze. O tempo todo nossa única preocupação era o frio. Como assim entrar na água se faziam 12 graus???

Nossa esperança residia na roupa de Neoprene, que iria, teoricamente, segurar a temperatura.

Como chegamos bem antes do nosso horário, decidimos almoçar no restaurante do local. Lá o almoço é a la carte. Pedimos o dourado com alcaparras e nossos amigos o dourado no molho de urucum.
Os peixes estavam muito bom e o pirão fantástico.

Depois do almoço, enquanto aguardávamos nosso horário conversamos com um pessoal que estava voltando do passeio. Eles estavam bem mais tranquilos do que esperávamos, para alguém que entra em um rio com a temperatura externa em 13 graus (subiu um grau aeeee rs). Eles contaram que o rio estava ótimo, a água era quente. Ruim foi sair do rio mesmo e voltar a trilhazinha a pé.

Lá tem uma piscina grande para o pessoal curtir (quando calor) e para as pessoas fazerem um mini treinamento com a máscara e snorkel. E há outra menorzinha com água na temperatura do rio que, segundo esse pessoal que voltou do passeio, estava bem quentinha (nós colocamos a mão mas não achamos não rs).

Bom, chegada a hora nós foi entregue a roupa de mergulho (manga e calça curtas, infelizmente), bota de neoprene e sola de borracha e máscara com snorkel para quem precisar (nós trouxemos as nossas). Tudo estava sem odor e com indicação que os itens são lavados e desinfectados com produtos hospitalares. Realmente tudo bem organizado e limpo.

Lá também alugam GoPro por R$ 90,00 se alguém quiser, além de ter uma pessoa que filma e fotografa seu passeio sem compromisso.

Há um vestuário com armários cujas chaves são fornecidas gratuitamente. Nós nós trocamos, sentimos o drama e nos agrupamos na piscina maior. A roupa realmente ajuda a proteger do frio, mas sentimos muito frio só de colocar as pernas na piscina.

Nosso guia do passeio foi o Anderson, muito gente boa e que conhecia muito do local. Após o introduções iniciais, ele entrou na piscina e passou as orientações de flutuação e uso da máscara e snorkel. O cara foi tão legal que nos deixou fora da gélida piscina!!!

Mas como nem tudo são flores, tivemos que passar pela dica fria para retirar excessos de produtos de higiene (cremes, produtos para cabelo e mesmo o cloro da piscina). Que delícia rs.

Seguimos então por uma trilha bem demarcada em meio às trilha por uns 800m, com bastante explicação do Anderson sobre a origem do local e da fauna e flora exuberante.

A trilha termina em um deck de madeira onde se vê a nascente do rio, maravilhosamente cristalina, com algumas efervescências da nascente. Já é possível ver inúmeros peixes, a maciça maioria a piraputanga.
Imagem da Nascente e Ponto de Entrada no Rio

Colocamos então as máscaras e entramos na água. Que maravilha, realmente era bem quentinha. Na verdade ela estava em 23 graus, mas como a temperatura externa era de 13, a sensação térmica era positiva!!!! Segundo o guia, as nascentes não sofrem quase nada o efeito da temperatura externa, assim ela fica nos mesmos 23 graus praticamente todo o ano.

Essa parte da entrada é funda e é onde fazemos a ambientação, recebemos as orientações finais da flutuação, e claro, podemos observar vários peixes!!!


Água Cristalina e Peixes à Vontade

Depois de uns 10 minutos começamos então a descer o rio. E que rio. Apesar de ter mais ou menos 1 metro de profundidade e não ser largo, há muito que se ver. Todos seguem em fila indiana e deve-se manter um distância da pessoa da frente justamente para não atrapalhar a vista!

Tudo era maravilhoso, muitos peixes, vários enormes, piraputanga e corumbá dominavam o passeio.

O bacana é que eles pareciam nem nem se incomodar com nossa presença. Por não haver predadores, eles não fugiam de nós e muitos nos seguiam inclusive.



Inúmeros Peixes e Maravilhoso Jogo de Luzes



Nós descemos o rio por uns 40 minutos, de muita paz e tranquilidade! E muito tristes quando chegamos ao final do passeio. Não sentimos nenhum perigo e o guia conduziu o grupo com maestria.


Pequenas Cascatas em um Trecho do Rio


No caminho de volta ainda passamos por uma pequena reserva de jacarés, onde pudemos avistar alguns deles curtindo o sol. Logo mais a frente na trilha há uma área com um emas, micos e até um tamanduá. Segundo o guia, todos esses animais são provenientes de apreensões do Ibama e ficam lá até ser possível sua reintegração, quando possível.
Jacarés da Reserva Tomando um Solzinho

Ema Acima e Tamanduá (descansando) Abaixo

Foi tudo fantástico e perfeito, a não ser pelo retorno até o vestiário, onde a temperatura externa, agora nós 15 graus, judiava de nós.

Trocamos a roupa e nos secamos rapidinho. Nem quisemos entrar na piscina quente kkkk. Nossas blusas estavam bem mais convidativa.

Terminado o passeio compramos as fotos e vídeos que fizeram do nosso grupo. É bem legal e na compra a pessoa lhe entrega um link para baixar tudo. Ficou R$ 90,00 e ele mesmo fala para dividir o custo com outras pessoas do grupo. Legal né?

Saímos do Aquário Natural e seguimos rumo a Bonito. Primeiramente fomos à agência de turismo pagar o que faltava e pegar os vouchers finais. A atendente sacou um mapa e nos explicou como chegar nas demais atrações, já que segundo ela o GPS "não funciona bem nelas" (depois notamos que somente o Rio da Prata não tinha a estrada mais curta para lá mapeada).

Passamos pelo Supermercado Santos (o maior da cidade) para comprar coisas de lanche e café da manhã e, graças ao frio, decidimos comprar ingredientes para fazermos nosso choconhaque caseiro rs. Depois fomos finalmente ao flat.

Fizemos check com o proprietário do local, uma pessoa bem simpática que nos atendeu muito bem.

Os quartos, na verdade apartamentos, possuem sala com cozinha, quarto e banheiro. Tudo bem espaçoso e muito bem construído. Amamos o lugar!!! Ainda mais que nos contaram que pela manhã um casal de tucanos chega para bicar o apartamento do andar de cima! Pena que isso acontecia às 8 horas quase todo dia tínhamos que sair às 6 :-(

Cozinha, Sala Banheiro e Quartos - Tudo muito novo e confortável

Estabelecidos e de banho tomado escolhemos jantar no famoso Juanita. Pena que decidimos andando pelo centrinho e tivemos que andar a pé todo o trajeto de ida e volta. Dava 1,5km mas naquele frio rs.

A pracinha central estava linda. Toda decorada pois estava tendo a FLIB, feira literária de Bonito. Além disso os bares, lojas e restaurantes completavam a beleza do local. E que legal que o flat era só uma quadra dessa pracinha. Amamos tudo.

Depois de uma gélida caminhada chegamos no Juanita. As especialidades eram costela e pacu. Optamos pela costela para 4 pessoas.

A carne é servida com mandioca em uma pedra bem quente, guarnecida por um saboroso vinagrete, arroz e farofa de banana.

A costela é mais firme que a que estamos acostumados, mas estava gostosa. Nossos amigos gostaram bastante, mas nosso gosto é mais para aquelas que desmancham. A única ressalva foi que chegamos bem no horário de pico, tivemos que aguardar uns 15 minutos do lado de fora (frio brrrr), e o atendimento estava bem caotico quando nos sentamos (o garçom atendendo 2 mesas ao mesmo tempo sem dar atenção a nenhuma e deixando pedido pela metade.
Até o Papel sob o Prato Vale a Leitura

Senhor Tocando Harpa no Restaurante


Depois da janta voltamos direto ao flat e tomamos um belo choconhaque para aquecer e dormir tranquilos, já que no dia seguinte acordaríamos 5 da manhã.




Dia 2 - Domingo - Flutuação do Olho D'Água e Rio da Prata, Buraco das Araras
No dia seguinte acordamos às 5 da manhã. Foi uma noite estrema mente fria e o pára-brisas do carro estava coberto de gelo e marcando 1 grau.

Vidros Congelados - Imaginem o Frio!!!
 Às 6h já estávamos na estrada para podermos ir para o nosso passeio do dia: flutuação no Rio da Prata. Fomos com calma, apreciando a paisagem e observando o céu antes do sol nascer, que é um espetáculo de cores.... Vimos o sol nascer, tiramos muitas fotos e de repente fomos surpreendidos com uma anta na beira da estrada! Paramos o carro no acostamento e ela atravessou a rodovia... Toda linda! Pena que foi tudo tão rápido que não conseguimos fotografar.... Mas deu pra ver bem a trombina dela... :)

Presente Diário para um Despertar Cedo e Feliz
Estava absurdamente frio.
Lá eles alugam Gopro por R$ 85,00. Tomamos um café Nespresso no restaurante da atração, ouvimos as instruções de segurança e fomos nos trocar. A roupa de neoprene deles é de manga comprida mas a perna é no meio da coxa e o calçado é uma botinha. Estava 12 graus. Até que a roupa de neoprene aguenta bem o frio.
Pegamos um caminhão até o começo da trilha e durante a trilha o frio estava sob controle, embora a temperatura tenha abaixado para 10 graus. A trilha é bacana, cercada por uma vegetação nativa e muito preservada. O guia ia explicando muito sobre ela, e prestar atenção ajudava a espantar o frio.

Árvores Protegidas da Fazenda - Centenárias

Nascente do Rio - Vapor d'água se Forma pelo Frio que Estava
Ao chegar no rio, há uma máscara full face para alugar por 18 reais, que são máscaras que permitem a respiração pelo nariz, caso a pessoa não queira utilizar as máscaras convencionais que estão inclusas no valor do passeio (que por sinal são higienizadas e fechadas em uma sacola plástica).



Detalhes do Vapor D'Água na Nascente

Volume de Água na Nascente do Rio
Como a temperatura do rio varia de 24 a 26 graus, entrar na água foi até gostoso, pois o corpo a considera morna. Fazemos um treinamento inicial e depois descemos o rio. O tempo total dentro d'água gira em torno de 2h, sendo que no percurso há um trecho em que saímos do rio pois há corredeiras e depois voltamos. O trajeto total é de aproximadamente 3km, sendo metade no rio olho d'água e metade no rio da Prata.

No rio olho d'água dá pra ver umas nascentes, do tipo fervedouro, em que a areia do fundo fica borbulhando como um vulcão. É muito, muito legal! Vimos uma infinidade de peixes no olho d'água e no rio da Prata, onde há peixes maiores por ser mais largo, não vimos tanto pois como teve uma chuva na semana anterior, o rio estava bem turvo.
Imagens da Descida do Rio - Peixes, Olhos d'água e muita beleza

  Vídeo para Dar uma Ideia da Descida no Rio




O rio olho d'água, como é próximo da nascente, é cristalino e quentinho. Já o rio da Prata, é mais frio (dá pra sentir bem a diferença de temperatura entre os dois) e sofre mais as interferências do ambiente, como turvar por exemplo.
O percurso do Rio da Prata não é obrigatório, mas todo o grupo precisa decidir não ir, pois não pode dividir o grupo. No nosso caso, o guia sugeriu continuarmos o percurso pois a temperatura dentro do rio estava melhor que a temperatura ambiente.

Turbidez do Rio da Prata - 4 Dias Após a Última Chuva





Peixes Aflorando Próxima à Saída do Rio da Prata

A volta foi muito sofrida, pois estávamos molhados e com muito frio e como esse passeio não tem barco de apoio, não dá pra levar toalha.
Chegamos no restaurante por volta das 11:30h, sendo que o nosso passeio se iniciou às 7:30h. No vestiário há armários com chave e banho quente com sabonete.
O almoço estava servido no restaurante, com uma comida muito boa, bem pantaneira... No local fazem um doce de leite maravilhoso, ele é bem escuro, cor de caramelo, saborosíssimo. Ele é servido como sobremesa no almoço e eles vendem os potes caso alguém queira levar.
Após o almoço caminhamos um pouco na trilha da siriema, que é um pequeno trajeto na fazenda onde se passa pelos animais, pela horta, fabricação do doce de leite, etc.
Depois ficamos um tempo no redário, para fazer uma cesta e esperar o horário do próximo atrativo. Enquanto estávamos na rede, as araras vermelhas deram um show, fizeram uma bela algazarra e ficavam voando pertinho de nós, muito bacana!!!!
Casal de Araras bem Simpáticos Próximo ao Redário
Próximo das 15h, fomos para próxima atração: o buraco das araras.
No trajeto tivemos mais uma surpresa: avistamos 3 veados campeiros!!!! Meu Deus, essa viagem estava demais! Quase um safári!!! :)
Chegamos no buraco das Araras por volta das 15:30h. O nosso passeio estava marcado às 16:40h, porém o responsável pela recepção dos clientes, nos encaixou no grupo das 16h para não termos que esperar tanto. Nós havíamos lido que o melhor horário para ver as araras é próximo ao pôr do sol, porém, como o passeio é de 1h e 10min, voltaríamos após o sol ter se posto... Enfim, não sabemos se foi uma boa troca ou não, mas vimos algumas araras. Chutaria talvez o avistamento de 30 araras, embora não possamos precisar se eram indivíduos diferentes a cada avistamento e não avistamos todas de uma vez, mas geralmente em pares sobrevoando a dolina (nome da formação geológica do buraco das araras). Vale ressaltar que fomos em uma época que é mais fácil avistá-las. Vimos apenas um casal de Arara Canindé (azul de peito amarelo). Todas as demais eram Araras vermelhas.
Embora no Rio da Prata nosso contato com elas tenha sido mais intenso, eu gostei bastante de vê-las sobrevoando a dolina. Também vimos muitos periquitos rei.


Araras Fazendo seus Vôos Rasantes no Buraco das Araras


A Cada Aparição das Araras era um "Mar" de Disparos de Câmeras

Voltamos na estrada atentos para tentar ver algum animal na estrada, mas infelizmente não vimos nada.
À noite fomos jantar no restaurante "Casa do João", um lugarzinho bem aconchegante e com uma comida maravilhosa! Pedimos um prato pra 4 de Pacu frito que estava divino! Também pedimos uma porção de Jacaré para experimentar. Essa porção vêm como sendo um menu degustação mesmo, em que a carne vem em pequena quantidade (100g ou 250g) apenas para conhecer mesmo. Todos gostamos bastante! Lembra um lombo de porco. É uma carne firme, branca e saborosa. Recomendamos!
À noite tomamos nosso Choconhaque caseiro para esquentar e fomos pra cama. O dia seguinte seria o único que não precisaríamos acordar às 5h da manhã para fazer passeio, então podíamos descansar um pouco mais.




Dia 3 - 2a. Feira - Boca da Onça
No dia seguinte acordamos às 7h. Que mordomia! Hehehe!
Tomamos nosso café e às 8h, quando íamos sair para o passeio, demos uma olhada se os tucanos estavam no local onde os donos da pousada disseram que eles ficavam e não é que estavam lá mesmo? 2 tucanos maravilhosos na varanda do último andar. Uma pena que não conseguimos fotografar também... Mas deu pra vê-los bem de perto!
Seguimos viagem, atentos aos animais na pista, mas infelizmente não vimos nada além de emas e siriemas (algo corriqueiro por lá).
O receptivo da Boca da onça é fantástico, com café da manhã à disposição dos clientes, piscina, restaurante, etc.


Entrada da Boca da Onça e Bela Piscina - O Lugar é muito bom para um dia inteiro de tranquilidade (exceto a trilha kkk)
Nos disseram que nos dois dias anteriores os dois primeiros grupos viram uma onça parda (sussuarana ou puma) no trajeto para a trilha. Mas nosso grupo já era o quinto, então sem chance....
O passeio se inicia com um vídeo de segurança sobre a atração e depois vamos de caminhão até o começo da trilha. Na verdade a trilha é em formato de ferradura, sendo que alguns grupos começam pela boca da onça (neste caso desce a escada de 886 degraus ou faz um rapel em negativo para descer esse trecho) e outros grupos terminam pela boca da onça (neste caso sobe a escada de 886 degraus). Como o trajeto é um semi-círculo, de todo jeito você irá ter que descer e subir um grande desnível, mas eu diria que iniciando pela boca da onça a subida é mais gradativa.
O circuito é formado por 8 cachoeiras, sendo apenas 4 balneáveis. As demais são apenas contemplação. As cachoeiras são incrivelmente lindas, bem diferente das cachoeiras de outros lugares, essas são formadas por deposição e não por erosão. Isso confere características bem peculiares às cachoeiras.
A boca da onça, que é a maior, possui 156m e é muito, muito linda!
Ao longo de todo o trajeto há placas com poesias, tornando o caminho bem agradável.
Vimos um macaco prego no caminho, se alimentando dos frutos das árvores. Embora no dia anterior os dois primeiros grupos tenham visto uma onça parda, está bom....


Caminho Feito no Caminhão

A primeira cachoeira, é bem pequenininha e forma uma piscina de borda infinita natural. Parece um oásis, bem fofa! É apenas contemplação, não se pode banhar. Chama-se Piscinas da Cotia.



Piscinas da Cotia
Seguimos então para a segunda cachoeira. Pelos organizadores eles a desmenbram em duas, garganta da arara e cachoeira da anta. A garganta da arara seria a continuação da cachoeira da anta, logo depois do poço formado por esta. O interessante de se observar nestes dois locais, é a característica da cachoeira, que é formada por sedimentação em vez de erosão como é mais comum. Em vez da água ir lapidando as rochas, ela vai sedimentando calcário sobre as rochas, o que confere um formato bem peculiar... Também se pode perceber a formação dos travertinos, que são os diversos "cálices" formados por essa deposição, como se fosse uma sequência de piscinas. É muito bacana! Como a anterior, ambas são apenas contemplação, não se pode tomar banho.
No caminho para a próxima cachoeira nos deparamos com um macaco prego, bem simpático! Nem se importava com a nossa presença...
Chegamos então à Cachoeira do Jabuti, ela também é apenas contemplação. Essa é bem pequena, volumosa e com a formação de travertinos. Parada rápida.


Cachoeira do Jabuti (acima) e detalhe dos travertinos (abaixo)

Colega de Passeio - Mico se Exibindo para os curiosos
Seguimos então para o Buraco do macaco. Nessa pode tomar banho!!! É uma cachoeira que fica atrás de uma pedra. Para acessá-la, precisa nadar por baixo de uma pedra de aproximadamente 1,5m de comprimento (há espaço para a cabeça). Todos que entraram gostaram bastante! A água estava muito fria, pois a temperatura ambiente estava bem baixa.

Buraco do Macaco - Visto de Cima

Visto de Dentro (frioooooo)

Seguimos para a Cachoeira do fantasma. É uma bela queda, apenas para contemplação.

Cachoeira do Fantasma
Seguimos então para o Poço da lontra, onde se pode banhar!!!! Segundo as pessoas que entraram em todas, essa era a mais agradável. Na queda forma-se uma pequena gruta, em que se pode entrar atrás... A cascata é pequena e o poço também, mas tem seus encantos!

Poço da Lontra
Logo em seguida vem o ponto de apoio, com lanchonete e banheiros. A parada é rápida, não chega a 15min. O suficiente para ir ao banheiro e comer alguma coisa.
Seguimos então para a Praia boca da onça, que é uma prainha formada logo após a cachoeira da boca da onça. Nesta estava batendo sol e é preciso entrar pra se ter a vista lateral da boca da onça... Por mais que depois você vá ver a boca da onça debaixo e de pertinho, vale a pena esse ângulo. Nessa ficamos talvez um pouco mais de tempo que nas demais.

Praia da Boca da Onça (cachoeira ao fundo)
Logo em seguida já se chega na Boca da onça, e.... Uau!!!! É enorme, linda!!!! Por mais frio que estivesse, todos do grupo entraram... Irresistível a beleza! 156m de queda, absurdamente encantadora.


Cachoeira Boca da Onça - A Rocha no meio da queda forma a cara de uma onça
Depois de uns 15min também, iniciamos a subida de volta.
São 886 degraus. A guia deixou cada um subir no seu ritmo, ficando por último com os mais lentos. Na escadaria há muitos pontos de parada e o ideal é ir parando e lendo as poesias que tem em cada parada...
Ao final da subida há um mirante, com a vista de todo o vale... Muito bacana também.

Quase lá!!!!

Imagem do Alto da Escadaria


Depois o caminhão nos busca para levar-nos até o restaurante, onde é servido o almoço. O almoço é muito bom, com sobremesa inclusa. Apenas a bebida é paga à parte. O tempo total de passeio, incluindo a refeição, é de aproximadamente 6h. 
Gostaríamos de ter ficado lá para ver o pôr do sol, mas infelizmente o local fechava às 16h.
Na volta vimos um tamanduá bandeira no pasto à margem da estrada. Paramos o carro e fomos vagarosamente em direção a ele.... Conseguimos chegar relativamente perto, mas quando ele detectou nossa presença saiu correndo....
Mas foi incrível!
Continuamos nosso trajeto e.... Mais um tamanduá! Este nem tentamos chegar perto, apenas paramos na estrada para vê-lo e de repente ele atravessou na frente da gente! Bem próximo também!!!
Foi um dia incrível!



Belo Tamanduá-Bandeira passeando pelos campos
À noite jantamos no Pantanal Grill. Pedimos um jacaré e um dourado. Os pratos são bem servidos e deliciosos!!! Aliás, ô cidade pra ter peixe bom sô! Melhor que picanha!!!! Hehehe.
Compramos algumas trufas da Dona Margarida (Jaracatiá bombons do cerrado), indicação da nossa guia. A principal trufa é a de Jaracatiá, uma árvore que vimos na trilha. A trufa é feita com a casca da árvore, não o fruto. Sinceramente o que mais gostamos foi o de Bocaiúva, mas vale a pena experimentar vários. Preço trufa: R$6,00. Além das trufas, há doces com frutas do cerrado.
De volta à pousada, tomamos nosso tradicional Choconhaque e fomos dormir que no dia seguinte tínhamos que acordar cedo novamente!
O que levar: Calçado fechado,
Toalha, Roupa de banho, Água, Lanche.
Total percurso: 4,5km com 886 degraus (ou você sobe ou desce) .




Dia 4 - 3a Feira - Gruta do Lago Azul e Gruta São Miguel
Para variar um pouco acordamos novamente cedinho. Dessa vez o cansaço pesava e foi difícil sair da cama 4:45 da manhã. Arrumamos o resto que faltava da mala, nós aprontamos e fomos tomar café com nossos amigos.
Tudo pronto seguimos para a Gruta do Lago Azul. Essa atração fica no sentido contrário da estrada de Campo Grande e, poucos quilômetros após o centro se chega ao fim do asfalto. Há então um grande trecho por estrada de terra. Alguns pontos no início estão em obras onde parece que um dia haverá asfalto.
Andávamos bem devagar já que saimos bem cedo e queríamos avistar algum bicho.
Pelo percurso só vimos pássaros, muitos pássaros. Um tucano passando ao alto e, quando estávamos próximo da entrada da Gruta do Lago Azul vimos um cachorro na estrada, um pouco distante de nós. Parecia nada demais, mas ao aproximarmos notamos que o rabo era bem peludo e então vimos que era na verdade um lobinho. Que bonitinho. Estava passeando na lateral do milharal, mas logo entrou rápido no mato adentro.
Que belezinha mesmo. Nós animamos novamente, mas ficou só nisso nossos avistamentos.

Mais um Presente - Um Belo Nascer do Sol
Chegamos na Gruta do Lago Azul por volta de 06:45 da manhã. Estacionamos o carro e caminhamos em direção às entrada. Uma corrente estava passada, presa só em um prego, mas um funcionário veio e nos deixou entrar por um cantinho pois disse que tinha que esperar uma pessoa que ela quem permitia tirar a corrente, e ela chegava 7 em ponto. Ele realmente também não estava feliz em não poder abrir antes para as pessoas. Aí lembramos que essa atração não é privada, mas explorada pelo município. Ele até brincou que lá era igual ao Banco do Brasil, só quando dava a hora em ponto que destrava a porta, rs!
Apreciando a Vista Enquanto Esperávamos a Atração Abrir
Assim que deu o horário, preenchemos o formulário de riscos e recebemos uma breve instrução do local. Nosso guia Walisson comentou sobre a formação do local, a desapropriação e a expedição de cientistas em 1992 que resultou em um Globo Repórter e que, após esse programa, as visitas à Bonito começaram a crescer vertiginosamente. Por isso que a Gruta do Lago Azul é tão famosa, já que graças às ela há todo o turismo de Bonito.
História e orientação dada, vestimos o capacete (com uma touca descartável dada lá) e seguimos por uma curta trilha até a boca da caverna. O entorno é fechado por uma grade, instalada desde os anos 90, que evita entrada de animais que possam cair e ficar presos lá..
A visão da boca da gruta é bem legal. Enorme! A trilha toda é feita por uma escadaria de pedras muito bem pavimentada, e bem tranquilo de descer. Conforme descíamos, mais informações eram dadas e a lagoa azul ia aparecendo. 
Entrada da Gruta do Lago Azul
A caverna não tem muitos espeleotemas, mas a lagoa compensa. Não é tão mágico como a Lagoa Encantada na Chapada Diamantina (vide relato aqui), mas era sem dúvida muito bela também. Segundo o guia, há uma enorme sala por baixo da água onde os mergulhadores foram. Lá foi encontrado ossos de animais pré históricos como o tigre de dente de Sabre e a preguiça gigante.

Formações no Teto e Coluna a Frente

Entrada da Gruta - Vista de Dentro


Lago Maravilhosamente Azul
Fizemos várias fotos e depois de uns 10 minutinhos lá embaixo de tudo começamos a subida.
Aqui vai uma dica: tente fazer o passeio no primeiro horário possível, já que depois vários grupos vão descer e o local vai ficar mais populoso. Isso só talvez não seja legal nos meses que o raio de sol bate na água. Aí vale, claro, ir na hora que isso ocorre. Segundo o guia a luz bate lá entre Dezembro e Janeiro.
Subimos todos os degraus, com as pernas cansadas de tanta escada rs, mas foi tranquilo. O passeio é bem curtinho, levou menos de uma hora.
Deixamos o capacete e seguimos rumo à Gruta São Miguel. Essa segunda Gruta é muito próxima da Gruta da Lagoa Azul. Algo em torno de 20 minutos no máximo. Mas ainda assim vimos o lobinho novamente na estrada. Dessa vez ele entrou no mato bem mais rapidinho.
Chegando na Gruta São Miguel se nota a diferença entre a iniciativa pública e privada. Há inúmeros fatores para se levar em consideração, claro, mas logo ao chegar lá você já é recebido por um funcionário que pega seu voucher e já lhe orientar inicialmente dos procedimentos e lhe entrega uma ficha com o número do seu grupo. Há um cafezinho cortesia, e do lado de fora há um jardim onde deixam sementes para 4 araras que vem sempre lá. Vimos elas de pertinho, mas é claro que é preciso saber se isso pode ser feito.

Araras na Recepção da Gruta de São Miguel
Nós somos chamados por um microfone e recebemos o capacete (colocado um a um pelo funcionário do local). Depois subimos para preencher a velha e boa ficha de riscos e recebemos uma lanterna (1 para cada duas pessoas mais ou menos). Passam um vídeo institucional e com orientações. Muito engraçado foi que no vídeo aparece o Anderson conduzindo um grupo, rs. O cara tá em todas!
Nossa guia nós passa algumas orientações e informações, e com ela ficamos sabendo um dos motivos de haver tantas grutas mas só 4 visitáveis. Segundo ela o dono do local quer explorar sua gruta com turismo é preciso fazer um plano de manejo. Nisso há a possibilidade de uma expedição encontrar fósseis lá. Se isso for encontrado, o local é declarado patrimônio e os entornos são desapropriados automaticamente.
Segundo ela há muitos fazendeiros que não tem o menor interesse em perder terras (ela usou o termo "preço simbólico" para se referir às indenizações) então não querem que ninguém chegue perto das cavernas em suas propriedades.
Ainda segundo ela, foi isso o que aconteceu na Gruta do Lago Azul e como não foram encontrados fósseis na Gruta São Miguel, a exploração turística foi autorizada.
Uma coisa interessante que a guia falou foi que o tamanduá Bandeira é agressivo, atacando quando ameaçado. Que sorte que tivemos então!!!
Depois de toda conversa subimos mais um andar na recepção em direção ao cume das árvores, onde se inicia um grande trecho de trilha por passarelas aéreas. Um verdadeiro arborismo. Ela acaba bem perto da boca da gruta, então andamos bem pouco para iniciar a descida.

Trecho de Arborismo

Mapa da Atração

O caminho todo é demarcado com cordas e lá há muitos espeleotemas. A visita é só pela galeria da entrada, mas ela é bem grande e alta. Conforme vamos andando a guia nos mostra diversas formações, alguns restos de alimentos de corujas. Vimos um singelo morceguinho e saímos por outra ponta dessa mesma galeria...
Formações ao Longo do Passeio - Espeleotemas Muito Bem Preservados


Essa visita também é bem curta, bem menor que os passeios do Petar ou das Chapadas. Mas é bem interessante notar que o que vemos ali é um exemplo de como é o solo da região. Por isso que, segundo a guia, não é permitido edificações com mais de 4 andares na cidade. O solo não suportaria .
Ela disse que chuvas não prejudicam tanto a gruta, aliás ajudam a moldá-la ainda mais. O que mais temem são abalos sísmicos nos países próximos.. .
Terminado esse passeio devolvemos os capacetes e voltamos para o flat. Andamos bem devagar na esperança de avistarmos alguma coisa mas nada. Quer dizer, muitas siriemas, algumas emas, vários pássaros e muito, mas muitos bois.
Fizemos o check out no flat, gentilmente estendido pelo pessoal já que não tinha ninguém chegando no dia da nossa saída. Arrumamos tudo no carro e seguimos para Campo Grande.
Foram 4 horas de "safari" mas não avistamos nada de novo... Nenhuma anta, que a guia da Gruta de São Miguel disse ser comum nas estradas, tanto que evitam dirigir pela noite para evitar acidentes. E o pior foi que vimos 4 capivaras, 1 tatu e até uma ave que parecia ser um tucano, todos atropelados na estrada.... Bem triste..  
Já em Campo Grande, fomos primeiro ao Parque Shopping Campo Grande para um tardio almoço. Aí sim seguimos para devolver o carro e pegarmos nosso triste voo de volta pra casa.
Muitas vistas lindas e animais magníficos vimos nessa viagem que nos deixam com a sensação que a cidade deveria ser chamada de Maravilhoso!!! E claro, a certeza que o fim de suas belezas aquáticas de águas cristalinas está com seus dias contados, já que não há nenhum sinal de avanços no campo da preservação ambiental no que se refere ao agronegócio de toda região. Talvez do país. Há um equilíbrio que nenhum produtor parece impelido de buscar.