sábado, 26 de novembro de 2016

Cuba - Parte 6 - Bayamo - Desembarco del Granma

No dia seguinte, tomamos o café às 6:30h. A Yaquelin, o amor em pessoa, fez um café reforçado já que iríamos pra longe e talvez demorássemos pra almoçar..... Ela era muito carinhosa! No café tinha ovos com presunto, além de pão e frutas. Levamos ainda umas bananas, que ela falou que podia levar.... :)
O Ernesto acordou às 5:30h da manhã pra lavar o carro pra nos levar no carro limpinho.... Sem comentários para o carinho dessas pessoas. Às 7:30h pegamos estrada. Nossa primeira parada foi em Manzanillo, uma cidadezinha pequenininha fundada no século XVIII como um porto de pesca, depois a cidade se tornou um centro de reabastecimento de armas para o exército revolucionário enquanto estavam na Sierra Maestra.
Na Praça Central, chamada Parque Céspedes, fica a Glorieta, um coreto com mosaicos que imita o Patio de los Leones na Espanha e a estátua de Carlos Puebla, trovador de Manzanillo, sentado em um banco porém sem a sua guitarra que foi roubada.....
Parque Céspedes: Estátua de Carlos Puebla e do Coreto da Praça

Em volta da praça, há a Iglesia de la Purisma Concepción, onde estava tendo missa e paramos na porta para dar uma olhadinha em seu altar dourado.

Igreja de La Purisma Concepción
Em seguida fomos ao Museo Histórico la Demajagua. Foi bom estar com o Ernesto que ele abordava as pessoas para nós. Ele chamou a moça que trabalhava no local pra ela fazer uma explicação para gente, ela andou todo o lugar, explicou tudo perfeitamente, foi ótimo. O lugar é uma antiga fazenda açucareira de Céspedes, local onde ele libertou seus escravos e os chamou para a guerra pela independência, deixando-os livres para decidir se queriam ou não lutar com ele. 
No local, há o sino, que antes era utilizado para chamar os escravos para o trabalho e que, em 1868, foi tocado para anunciar aos escravos que eles estavam livres e que Cuba seria independente. Fidel Castro roubou este sino, levando-o para Havana em protesto ao governo Batista, devolvendo-o posteriormente. O lugar é lindo, muito bem cuidado, com uma bela vista do mar.....
Museo Histórico la Demajagua

Posteriormente fomos ao Museo Célia Sanches, na cidade de Media Luna, porém como era domingo estava fechado. O Ernesto ainda foi na casa ao lado perguntar, mas estava fechado mesmo.
Seguimos então para o Parque Nacional Desembarco del Granma. Local onde Fidel, juntamente com outros 81 homens, desembarcaram em um iate chamado Granma em 2 de dezembro de 1956, vindos do México. Na entrada, o guia que no recebeu, Noel, disse que era 5CUC/p para entrar e se fosse fazer o Sendero Arqueológico seria mais 5CUC (para nós dois). Posteriormente teria que pagar mais 5CUC por pessoa se quisesse entrar no Museo e casa de lo campesino.
Optamos por fazer a trilha. Nela é possível ver alguns pássaros, o guia mostra muitas plantas nativas (e sua utilização) e no trajeto passamos por algumas grutas que eram utilizadas pelos índios para diversos fins. O que achamos mais interessante foi ver os ídolos (estátuas feitas pelos índios nos estalactites e estalagmites das grutas).
Imagens do Passeo Sendero Arqueologico Natural


Fomos então ao Museo las Coloradas (5CUC/p), cuja entrada inclui a visita a um minúsculo museu, uma réplica da casa do primeiro campesino a ajudar Fidel após o desembarco, e uma trilha guiada até o local do desembarco do Granma (trilha de 1,3Km-Total: 2,6Km). Na entrada do museu há uma réplica do iate, pois a original está em Havana ao lado do Museo de la Revolución (vide relato Cuba - Parte 3 - Centro Havana)
Réplica da Embarcação Granma
Como este ano faz 60 anos do desembarco, o local estava sendo restaurado e a trilha estava em manutenção. Podíamos ir apenas no começo. Porém, como falamos que éramos brasileiros e que estávamos fazendo todo o caminho percorrido por Fidel durante a revolução, a guia se empolgou e conversou com os pedreiros para colocarem umas tábuas pra podermos passar sobre o cimento fresco e chegar até o local do desembarco. 
O museu em si não vale a pena, não tem quase nada. A trilha, toda cimentada e em meio ao mangue, permite fácil acesso ao mar, onde há um pier com um marco no local do desembarco. O caminho percorrido pelos revolucionários é hoje bem diferente de como era na época, quando os rebeldes, com mochilas com 40kg e carregando armamentos tiveram que percorrer o mangue fechado. A guia toda hora falava em como deve ter sido difícil para eles - que estavam mal nutridos, enjoados da viagem e com muito peso - percorrer aquele caminho.
Imagens do Museu e do caminho para o ponto do desembarque do Granma

Fomos então para a casa de lo campesino, que é uma réplica da casa do primeiro a acolher Fidel após o desembarco. A casa é um pouco maior que a casa original, mas é possível ver como era a vida dos campesinos.
Imagens da Réplica da Casa do Campesino que Ajudou os Combatentes

Quando chegamos, o Ernesto já tinha encomendado o nosso almoço, um pescado inteiro frito, que a Cris falou que gostava e ele disse que foi em vários restaurantes e só achou em um! E estava nos esperando com uma água de coco deliciosa! É muito carinho né? A gente morrendo de calor graças às duas caminhadas e ele nos espera com uma água de coco geladinha! Fomos finalmente almoçar! O Ernesto já devia estar faminto, pois eram 14hs!
O local era bem rústico e o prato, a 5CUC por pessoa, vinha um peixe inteiro pra cada, arroz criollo (arroz com feijão preto), mandioca, uma salada de pepino, beterraba e alface e água.
O Noel, nosso guia que nos acompanhou na trilha também foi. Ele era um cara muito bacana também.... O Ernesto comentou com ele que tínhamos sido roubados e ele ficou todo comovido, disse que ensina pros filhos dele que mesmo se não tiver nada para comer pra nunca desejar nada dos outros! Que povo bacana!
Deixamos o Noel de volta no parque e pegamos o caminho de volta! Já eram quase 15h e o trajeto era longo...
Algumas das Centenas de Imagens dos Ídolos da Revolução e Personagens Amigas do Regime - A Revolução é Lembrada a Todo Momento
Chegamos em Bayamo bem tarde, por volta das 18h. À noite fomos jantar no restaurante vegetariano (no Paseo Bayamés). O local fica com a porta trancada, então vem uma garçonete que diz que quando sair alguém ela te chama. Perguntamos nos bancos ao redor se alguém estava esperando aquele restaurante e não, então como éramos os primeiros achamos melhor esperar. A moça nos chamou uns 10min depois. 
Comemos arroz, berinjela, purê de mandioca e banana chips. A comida era boa, mas não tinha muitas opções e nem conseguimos pedir uma sobremesa pois você precisa pedir tudo de uma vez, pois quando você termina de comer já vem a conta.... Rs. O local tinha apenas 5 mesas de 4 lugares cada e eles não juntavam pessoas, então na nossa mesa ficou 2 cadeiras vazias. Ficou super barato! 70 pesos cubanos.
Porém, ainda ficamos com uma fominha e então passamos na sorveteria. Aquela mesma do primeiro dia. Um senhor gentilmente apontou quem eram os últimos. A fila estava enorme e como no dia seguinte precisávamos acordar cedo também, optamos por ir embora e ceder nosso lugar. Nós nos sentíamos um pouco mal de comer nesses locais do governo, pois como era barato e tinha número restrito de mesas, acabávamos tomando o lugar de algum cubano…. Mas precisamos fazer isso pra economizar para o restante da viagem, já que agora tínhamos menos dinheiro do que estava previsto.

 



Link de cada Parte da Viagem:



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