sábado, 26 de novembro de 2016

Cuba - Parte 4 - Viñales

No dia seguinte, levantamos cedo e fomos para o Hotel Deauville, uns 15 min de caminhada auxiliados pelo nosso app MapsMe, onde o ônibus para Viñales estava marcado para nos pegar lá às 08 da manhã.

Obra de arte em frente ao hotel Deauville

Enquanto esperávamos apareceu um guia, nos perguntando se iríamos para Viñales, dissemos que sim e ficamos conversando um pouco, esperando o ônibus.... Chega um ônibus, ele vai verificar, não era, até que às 8:30h chega o nosso.... Embarcamos, mostramos o nosso voucher e disseram que não precisava…. A excursão era em inglês e espanhol. Achamos estranho pois tínhamos contratado apenas em espanhol, mas achamos ótimo e pensamos que não deveria ter formado um grupo suficiente para os dois idiomas e decidiram unir tudo em um grupo só. Passamos em mais alguns hotéis e quando o pessoal descobriu que o banheiro do ônibus ficava trancado e não era permitido usar (é assim em todos os ônibus de Cuba, inclusive nos da Viazul) todos desceram no último hotel (Hotel Copacabana) para usar o banheiro.... Rs


Hotel Habana Libre e Meliã Cohiba
É bem comum ver pelas ruas idolatrias aos líderes socialistas latino-americanos
Seguimos viagem. No caminho passamos pelo Vedado, pela casa do Fidel, pela fazenda do Raúl, pelos consulados de alguns países, tudo muito luxuoso…. Bem diferente do resto de Havana......
Chegamos então à cidade de Pinar del Río, onde visitaríamos uma fábrica de charutos. Não era permitido usar câmera, então não temos fotos.
Imagens da Cidade de Piñar del Sul

O guia já tinha explicado muito bem a produção de Tabacos anteriormente.... Resumidamente, o processo é controlado desde a plantação, onde as folhas do Tabaco, ao serem colhidas são separadas por altura na planta, pois as folhas superiores tomam mais sol que as inferiores (isso muda a concentração de tabaco nas folhas) e então vão para o processo de secagem. Na fábrica são retiradas as nervuras das folhas, pois são elas que contém a nicotina e o charuto em si são basicamente 5 folhas enroladas (inteiras). Todas as variações de charutos cubanos só dependem das diferentes formas de se misturar as folhas das diferentes alturas da planta. As 3 folhas mais internas são combinadas de tal forma que o charuto fique mais forte ou mais fraco, dependendo de qual marca estão produzindo, e as demais folhas são para fechar o charuto, sendo a última a capa, que deve ser sempre bem maleável e flexível, por isso é escolhida as da parte mais inferior da planta. As nervuras da planta são usadas para fazer perfume! Mas não encontramos para vender infelizmente...
Dessa forma as "marcas" de charutos cubanos na verdade não são marcas e sim tipos, pois como todas as fábricas são do governo, todas elas fabricam os mesmos charutos. Os mais famosos são o Partagás (mais forte), o Monte Cristo e Cohiba (médios) e o Romeo e Julieta (mais suaves).

O guia explica como fumar charuto, um ritual "Cubano" onde quando você chega em casa após um dia de trabalho, você coloca seus chinelos, pega o seu charuto, o seu rum e o seu café e disfruta de seu momento de relaxamento totalmente perfeito, onde para Romeo e Julieta se toma um Havana Club Añejo 3 (3 anos) e um café fraco, para Cohiba e Monte Cristo um Havana Club Añejo 7 e um café médio e para o Partagás um Havana Club Añejo 15 e um café forte…. Inclusive relatou que em Havana já havia algumas cafeterias especializadas em servir este momento. Bom, aqui precisamos nos manifestar. Já tínhamos 2 dias de Havana, vimos a realidade da população e lemos bastante antes da viagem. Um charuto, um único charuto não a caixa, custa de 5 a 10 euros…. Você acha que um cubanos, que ganha de 9 a 70 dólares por MÊS, iria fumar um charuto desses? Iria ter esse ritual? Imagino que os charutos que os cubanos fumam devam ser bem mais baratos (que não encontramos para vender em lugar nenhum de Cuba) e não deve ter nenhum controle de qualidade nem mesmo padronização sobre ser mais forte ou mais fraco...... Aliás, vimos pouquíssimos Cubanos fumando charutos, mas cigarros aos montes.... Principalmente os de filtro amarelo.

Chegamos na fábrica. Precisamos deixar de lado nossa visão daqui. Os banheiros, que eram o que os funcionários usavam, não tinha pia para lavar a mão…. O local de trabalho em si não havia ergonomia e era bem feio...... Ah, antes no ônibus o guia contou que é uma tradição ter alguém que lê novelas (livros) para os funcionários da produção de charutos, por isso muitos deles levam nomes de novelas, como Romeo e Julieta e Monte Cristo. Então ele mostrou uma revista especializada em Tabaco (vendida para turistas) que mostrava uma fábrica para mostrar como era atualmente essa leitura de novelas. Adivinha? Lindíssima!!!! Com móveis novíssimos, o leitor da novela em um púlpito com microfone, funcionários bem vestidos, parece mais um auditório de luxo......
Infelizmente não foi isso que os nossos olhos viram na "Cuba real". Imagino que a empresa de Turismo não iria nos levar em uma das piores fábricas, ou seja, se essa era assim, imagina as outras...... Agora fica a reflexão: tudo isso é pra inglês ver ou não?

Saímos de lá e fomos ver uma fábrica de rum, que não estava operando por falta de garrafas…. O guia disse que isso nunca aconteceu antes.... Ele explicou o processo produtivo mesmo com a fábrica parada. Lá há uma especialidade feita com uma fruta, chamada Guayabita. Eles produziam a versão seca e a doce, porém para degustação só havia o Guayabita Dulce, que mais parece um licor e é delicioso!

A Cris então disse que o "momento" dela seria com um Romeo e Julieta, um Guayabita Dulce e um cappuccino! kkkkkkk
Fábrica de Guayabita de Piñar del Sur

Saindo da fábrica, tinha um senhor pedindo sabonete para todos que entravam no ônibus…. Pior que ninguém levaria sabonete na excursão coitado….
Neste momento vimos uma movimentação estranha do guia...... Segundo ele tinha 4 pessoas a mais no ônibus…. Adivinha quem? Nós e o outro casal que embarcou conosco no Hotel Deauville. Então os guias começaram a brigar, porque o guia que ficou conversando conosco no hotel (que estava em treinamento) disse para o outro que foi ele que perguntou pra gente se iríamos para Viñales e nós dissemos que sim e então o outro guia, que era quem estava comandando toda a excursão disse que ele não devia ter feito isso, começou a perguntar pra nós em que agência fechamos, ligar para as agências para perguntar se podia pagar o nosso almoço, enfim, um rolo….
Seguimos para o restaurante do almoço, já em Viñales, que era na entrada de uma gruta que visitaríamos, a Cueva del Indio. Viñales já é bem mais bonita que Havana, mais rural, com casas de madeira, mas nada caindo aos pedaços como Havana.
Mais Fotos do Caminho para o Mural

Chegando no local, como o guia falava inglês, o Fernando foi conversar com ele em inglês, pois o nosso portunhol não ia ajudar em nada e foi entender o que estava acontecendo, se ele queria que nós pagássemos o almoço, etc. Mas ele disse que a falha foi deles e eles iriam arcar com o prejuízo. Mas pelo stress que ficou entre os guias, deu pra ver que pra eles o almoço e a entrada na gruta era muito dinheiro...... Aqui vale uma ressalva. Eles, que eram da Gaviota Tour foram muitos profissionais! Acredito que se fosse no Brasil iriam jogar a culpa do erro pra nós e teríamos que pagar….

O almoço foi excelente, arroz criollo, um primo próximo do nosso inhame (rs), carne de porco e frango assada, também estava incluído uma bebida, que podia ser refrigerante, cerveja ou água. Além de arroz doce de sobremesa. Aqui também teve uma observação interessante: ao final, muitas pessoas comeram muito pouco e então sobrou comida nas bandejas. A moça que veio recolher os pratos, empilhou as bandejas de arroz e "inhame" junto com os pratos que ela recolheu.... A bandeja com as carnes, ela fez uma cara do tipo: "não acredito que eles NÃO gostaram disso!" e deixou em um balcão separado sem empilhar... Talvez essa seja uma comida que ela não tem na própria casa... Será?
Ah, e durante o almoço veio um senhor cantar e depois passou um copinho para arrecadar dinheiro.... só pra variar! Rs

No caminho para a gruta, há um casal vestido de índios (tipo os índios americanos, segundo o desenho do pica-pau... rs) fazendo algumas encenações a troco de alguns CUCs. Em Cuba tudo se paga…. Dá até medo de sorrir pra alguém porque a pessoa provavelmente vai te pedir alguns CUCs....
Pessoal Imitando os Nativos da Região

A gruta não tem nada demais para nós brasileiros, aqui temos grutas muito mais bonitas e mais bem conservadas, nessa tem até uma calçada cimentada para poder transitar. Dentro da gruta, há uns 100m de caminhada há um rio por onde fizemos um passeio em um pequeno barco, onde o guia vai mostrando as formações com uma lanterna, fazendo associações com determinados objetos ou animais em inglês. O passeio é bem curtinho e o barco nos deixa em um lugar onde tem várias lojinhas para comprarmos souvenires.
Imagens do Passeio de Barco pela Caverna (mais acima) e como o Rio foi Represado para Fazer esse Passeio (logo acima)
Carros Cubanos Novos e Velhos (bem e mal conservados)
Olha o que tinha na loja de Souvenir



Saindo de lá, voltamos para o ônibus e seguimos para o Mural de La Prehistoria. Pintura feita em um rochedo com imagens pré-históricas. Não é a pintura que é pré-histórica, mas sim o que foi representado na pintura. A pintura é recente, feita com andaimes, por homens sob orientação do artista. Na verdade a vista do vale é mais bonita do que o mural em si.


Imagens do Mural, da Linda Vista em Volta e a Placa de Explicação

Já no final do dia, fomos apressados para o Mirador de los Jazmines, que fica em um hotel, La Ermita (maravilhoso o hotel). A vista de lá é magnífica! Transmite paz…. Assistimos ao pôr-do-sol, tomando uma piña-colada feita pelo barman do hotel.
Tradicional Vista de Viñales

Coitado, e um cara pedindo CUCs para tirar fotos


Mais fotos da vista de Viñales

Voltamos para Havana, o que demorou muito…. Fomos chegar em Havana por volta das 20:30h. Na viagem, muito reggaeton, som típico cubano e que não agradou muito os nossos ouvidos.... Parece mais um hip hop, com muita ostentação, bem pornográfico, enfim....

Chegamos já tarde na casa da Maria e o Armando tinha confirmado todas as informações do voo, estava tudo Ok. Agendamos o taxi e fomos nos arrumar para jantar pois já estava bem tarde.
O bom e velho Hotel Inglaterra já estava fechado, seguimos então para a região do La Floridita e no caminho encontramos o restaurante Castillo de Farnés, ao lado do bar que comemos no primeiro dia, bem escondidinho.... e ao entrar, o local era bem bonito, com mesas já arrumadas, pensamos: xiiii, vai ser caro!!! O restaurante era de comida espanhola e quando chegou o cardápio, a surpresa: era o mesmo preço dos outros!!!! Como a maioria das paellas era de frutos do mar e não curtimos muito, pedimos uma vegetariana, uma de frango e um omelete. Quando chega a comida, que coisa divina!!!! Vinha uma panela enorme, muita comida mesmo, dava pra gente ter pedido uma paella só e o sabor maravilhoso...... E o melhor, com duas cervejas a conta ficou em 20CUCs, isso porque ainda dissemos pra atendente que ela colocou um preço errado, porque nas contas dela era 15CUCs…. Pena que descobrimos no último dia......
Restaurante de Paellas - Muito bom!
Bem, termina Havana por aqui e amanhã vamos para o oriente!!!!

 



Link de cada Parte da Viagem:



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