No dia
seguinte arrumamos os mochilões bem cedinho e tomamos nosso último café na
Pousada. Vimos alguns macacos prego durante o café, nos despedimos dos nossos
amigos franceses e do Hebert, o dono da pousada. E nesse último momento ele
ainda se preocupou de nos passar mais dicas de caminhos e coisas para se ver.
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Avestruzes em um Hotel em Ubajara |
Pegamos o
caminho indicado, que passava pela cachoeira do Boi Morto. Essa estrada, quase
100% asfaltada, passa pelo açude Jaburu que abastece toda região. A cachoeira
em si se forma em um ponto da barragem onde a água transborda, forma um rio e
alimenta uma queda de uns 4 metros, dividida em dois andares.
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Represa com Pouca Água Escoando para a Cachoeira do Boi Morto |
Mas como
estávamos em época de estiagem, e como as chuvas tem sido fracas nos últimos 4
anos, só havia um cano de 1 polegada. Pelo menos havia pressão suficiente para
algumas crianças brincarem nesse local e essa água era suficiente para formar
um feixe pequeno nessa cachoeira.
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Cachoeira do Boi Morto |
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Bar ao Lado da Cachoeira do Boi Morto |
Depois de
algumas fotos seguimos adiante sentido BR222. Pelo caminho ainda avistamos, em
um ponto mais elevado, outra ponta do açude, onde havia uma indústria de
nutrição, na verdade a fazenda dela, chamada Fazenda Amway Nutrilite do Brasil,
a mesma que havia promovido as corridas no Parque de Ubajara. De lá tivemos uma
noção melhor de quão baixo estava o reservatório, e quão imenso ele é. Nesse
ponto há indicação da Cachoeira do Frade, um dos cartões postais da região.
Decidimos não ir em virtude do Hebert já ter nos avisado de que estava bem
seco.
Depois que
chegamos na BR222 voltamos a ter a visão de seca, por todo caminho até
Piracuruca. Da cidade são 17 km até o Parque das Sete Cidades. Ao chegarmos lá
descobrimos que estávamos no portão Norte e se tivéssemos continuado na BR222,
aparentemente, seria mais fácil entrarmos pelo portão sul, por Piripiri.
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Mapa do Parque das Sete Cidades |
Ao entrar
no parque lhe informam para seguir direto até o Centro de Visitantes. A partir
do portão norte são alguns bons 4 km até esse local e você já passa em frente
algumas atrações, a primeira e sétima cidades e o Olho d'Água dos Milagres.
Chegando ao centro um guia vem lhe receber e informa o circuito a ser visitado
que pode ser feita no carro do visitante, com poucos trechos a pé, ou de
bicicleta. O valor pelo carro foi R$ 60,00. Nosso guia foi o Edison, estudante
de História da UFPI que estava estagiando no local. Ele foi um ótimo guia, além
do conhecimento do local, nos explicou muito sobre os sítios arqueológicos do
Piauí, sobre história e muitas outras informações que enriqueceram muito nossa
visita.
O passeio
não segue a ordem numérica da cidade, começando pela 5a, o casco de tartaruga.
Lá ficamos sabendo do porque desse nome de 7 cidades, originalmente atribuídos
por um pesquisador estrangeiro que defendia a tese que o local fora colonizado
pelos fenícios, que ali criaram 7 cidades. Na verdade a versão mais aceita é
que o local foi um fundo oceânico e que milhões de anos de erosão lapidaram a
rocha de arenito em forma de escamas.
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Monte em Formato de Escamas |
Outra
curiosidade do local é que ele está descrito no famoso livro Eram os Deuses
Astronautas, onde há referências que o local era palco de pousos de
alienígenas, e até que haveria naves ali
escondidas.
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Paredão e Portal nas Formações Rochosas |
Saindo
dessa formação fomos para a primeira visualização de pinturas rupestres. Foi
fascinante. Segundo o Edison essas pinturas foram analisadas e datadas de 10
mil anos atrás. Era impressionante imaginar como deve ter ocorrido a pintura. A
tinta era feita de óxido de ferro misturado com gordura animal.
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Pinturas Rupestres de 10 Mil Anos |
Depois
passamos por mais uma cidade, a 6a, para depois estacionarmos o carro e
fazermos um trecho a pé. Nesse trecho visitamos as cidades 4 e 3, onde tivemos
acesso ao ponto mais alto do parque, com uma vista magnífica do local. Segundo
nosso guia esse local já foi usado em novela e será ponto de passagem da tocha
olímpica em 2016.
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Vista das Formações Rochosas pelo Alto |
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Vista das Formações Rochosas pelo Alto |
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Vista das Formações Rochosas pelo Alto |
Nesse
trecho também avistamos uma área grande de pinturas rupestres, com desenhos
interessantíssimos de pessoas, contagens, setas. Tudo fantástico se você
imaginar como foi no dia que a pintura foi feita. O guia explicou que aquele
local poderia ter sido uma caverna naquela época. Alguns paleontólogos defendiam
essa tese inclusive.
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Pinturas Rupestres - Os Primitivos Eram Fãs de Star Wars, não? |
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Pinturas Rupestres com Sentido Desconhecido |
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Pintura que Simboliza Contagens |
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Mais Formações de Contagens |
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Outro Paredão com Pinturas Rupestres |
Saindo de
lá vimos então um abrigo nas rochas que foi utilizado pelo homem primitivo,
onde ainda existiam, além das pinturas, uma parte escavada na rocha que
funcionava como um pilão para confecção das tintas. Nesse ponto específico
ficamos muito tristes em ver que um visitante, de menor estudo e esclarecimento
provavelmente, havia rabiscado na parede próximo às pinturas. Segundo o guia
esse cidadão precisou ficar 4 noites na cidade até que finalmente o liberaram.
Isso porque ele foi pego em flagrante pelos vigias do parque.
Depois
seguimos para algumas formações que se assemelhavam com uma grande ave
alimentando um filhote, o mapa do Brasil, os reis magos, entre outras.
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Formação do Pássaro Alimentando Filhote, ou Mapa do Brasil |
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Grande Paredão Rocho |
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Formação dos Reis Magos
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Formação Mesclada de Escamas |
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Buraco ao Chão Onde Primitivos Possivelmente Usavam como Pilão para Misturas |
Por fim
terminamos em um local que continham árvores petrificadas, muito curioso. O
mais interessante é que são árvores de florestas tropicais, o que indica que lá
já fora uma floresta desse tipo.
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Exemplo de Árvores Petrificadas |
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Árvore Petrificada no Topo da Montanha |
Por último
passamos novamente pelo Olho d'Água dos Milagres, onde se pode banhar, e
voltamos ao Centro de Visitantes para nos despedirmos do Edilson.
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Olho d'Água |
Ah, vale
informar aqui que nesse centro há uma cafeteriazinha que vende algumas comidas,
água e outras bebidas.
Saímos do
parque e voltamos à Piracuruca, depois Parnaíba. Nós incluímos o passeio no
Delta do Parnaíba, um dos únicos três deltas de rio que desembocam no mar de
forma triangular aberta, formando inúmeras ilhas e ilhotas. Os outros dois rios
em que isso acontece ficam no Egito e no Vietinã.
Ao
chegarmos em Parnaíba nos deparamos com uma grande cidade, bem pavimentada e
muito bonita. Paramos na Rodoviária, que fica pouco depois da entrada da
cidade, para tentarmos já fechar o passeio do delta do Parnaíba, já que nosso
guia em 7 Cidades havia nos indicado a agência Rastro Nordestino, que fica
nesse local.
Como estava
fechada pegamos indicações em um posto de gasolina sobre onde ficavam as
agências. Ele nos indicou o Porto das Barcas. Lá chegando (fica do lado direito
da ponte que leva ao porto que saem as embarcações), paramos na primeira
agência que estava aberta, a Igaratur. Fechamos o passeio do barco grande que
passa por um trecho curto do Delta. Ficava R$55,00 por pessoa, com direito a
frutas na chegada ao barco, almoço e uma caranguejada no final do passeio. Esse
passeio tem duas paradas de uma hora cada para banhos no delta.
Aqui vale
uma ressalva que demos muita sorte, já que não é tão comum haver passeio do
barco grande durante a semana na baixa temporada. O que ocorreu é que havia um
grupo grande de excursão pela cidade e que ia fazer esse passeio.
Por fim
perguntamos o preço do passeio de lancha rápida, que foi o passeio que nossos
amigos franceses fizeram. O passeio ficava R$ 450,00 e comportava até 4
pessoas. Como estávamos em 2 pedimos para ele nos avisar se houvesse outro
casal interessado. Isso porque nos aguçou muito o trajeto desse passeio que,
além de passar por ilhas e lugares diferentes, terminava com a observação dos
guarás chegando para dormir em uma das ilhotas.
Saindo de
lá fomos na Pousada Chalé Suíço, como sugestão do booking de hospedagem barata.
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Decoração da Praça em Frente à Pousada |
A pousada
por fora é bem não convidativa. Mas entramos e ficamos em um quarto com ar,
frigobar e chuveiro elétrico (algo nem um pouco comum em todas as cidades que
visitamos). O quarto não era referência em limpeza, mas nos custou R$ 85,00, o
que para nós parecia em conta.
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Banheiro do Quarto do Hotel - Um dos Poucos com Chuveiro Elétrico
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Quarto do Hotel |
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Detalhe da Cômoda do Hotel |
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Detalhe da TV e Frigobar |
Nesse dia
jantamos uma picanha na chapa (um pouco dura)
no Buffalo Grill da Av São Sebastião. O preço era razoável (com suco
ficou 47,00 para duas pessoas).
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Jantar no Buffalo Grill |
O café da manhã da pousada, embora bem farto, não era tão gostoso, pois dava a sensação de que as coisas não eram frescas. Arrumamos as malas e às 8h em ponto estávamos na frente da agência. Porém, fomos sair quase 8:40h pois o ônibus do sesc atrasou. Ficamos chateados pois lemos no próprio folheto deles que o horário de saída era 8:30h e eles nos pediram pra chegar às 8h desnecessariamente.
Do porto das barcas até o local de onde sai o barco são uns 15km. Chegando lá, há um estacionamento no valor de R$7,00 a diária.
O passeio em si não é tão interessante. É gostoso, mas um passeio de barco normal. O custo benefício é excelente, pois é tudo muito bom e muito bem servido.
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Vista do Rio |
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Café da Manhá de Recepção no Barco |
Durante o percurso vimos alguns macacos, bugio. Há duas paradas para banho, uma de água salgada e outra de água doce.
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Água Viva na Parada de Água Salgada |
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Vista do Encontro Mar e Rio |
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Vista de Longe de uma Ponta de Areia |
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Brincadeira que Ilustra o Catador de Carangueijo |
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Barco Passando por um Pequeno Canal |
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Caranguejada |
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Duna Antes de Embarcar no Passeio dos Guarás |
Ficamos durante todo o passeio perturbando o pessoal do barco pra ver se conseguíamos mais gente pra dividir o passeio dos guarás mas até a segunda e última parada nada....
Então conversamos com o Junior, que havia nos vendido o passeio no dia anterior, para saber quanto sairia o passeio se a gente não fizesse todo o trajeto, apenas a parte dos guarás e ele nos informou que dava pra fazer por R$350,00. Ainda achamos muito caro e não íamos fazer, mas daí ele falou que fazia por 300. Bom, se dividíssemos com mais um casal sairia R$225,00 por casal, então a diferença não estava tão gritante e ficamos com medo de nos arrependermos depois. Então fechamos.
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Indo Embora do Barco do Passeio Inicial |
Em uns 15min a lancha chegou e o Tito começou um novo passeio conosco. Isso porque ele disse que a maré estava baixa e quando ela está baixa os guarás conseguem se alimentar e só vão para o lugar quando o sol se põe. Quando a maré está cheia eles não encontram alimento tão facilmente e então vem um pouco antes do sol se por.
O passeio de lancha foi excelente. O guia explicava tudo muito bem e com o barco menor dá pra ver muito mais animais. Vimos uma iguana, mais bugios, peixes quatro olhos e muitos pássaros. Pra quem tem condições, vale a pena fazer o passeio de lancha ao invés do barco grande. Vale muito a pena.
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Macaco Escondido |
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Detalhe do Bugio ao Centro |
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Peixe de Quatro Olhos |
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Garça Mesclada |
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Mangue |
Ele nos levou na duna do meio, que fica bem no meio do delta, com uma visão espetacular e ainda banho em água salobra.
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Sol e Duna Salobra Próximo ao Mar |
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Duna |
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Águas Vivas |
Quando era 16:30h fomos para a ilha onde os guarás dormem para esperar eles chegarem.
Aos poucos eles vão chegando, primeiro uns, depois bandos enormes até que a ilha fique tomada de guarás.... Eles passam muito perto dos barcos, dá pra ver muito bem.... Simplesmente fantástico!
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Chegada Inicial dos Guarás |
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Detalhe da Cor dos Guarás |
O Tito disse que antes o número era maior ainda, mas veio um caçador e matou alguns. Aí eles foram para outro local mais distante pra dormir. Agora que eles estão voltando.
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Chegada dos Guarás em Bando Pequeno |
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Aglomeração de Guarás |
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Chegada dee Guarás |
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Chegada de Guarás |
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Chegada de Guarás |
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Bando de Guarás |
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Pôr do Sol visto do Encontro com o Mar |
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Árvore Lotada |
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Árvore Lotada |
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Por do Sol Final |
Ficamos lá admirando eles chegarem até o sol se pôr. Depois voltamos direto para o porto. A volta é um pouco fria e voltamos no escuro já. O Tito aproveitou para ver se via algum jacaré pelo caminho mas nada.
Chegamos no porto onde o carro estava estacionado já passava das 19h.
Como não tínhamos gostado muito do café da manhã da pousada, paramos em mais 3 pelo caminho mas em todas o chuveiro era frio, aliás, nessa viagem toda foi um sufoco achar chuveiro quente nos lugares.
Então voltamos para o chalé suíço mesmo porém a moça disse que não tinha mais vagas. Ficamos tristes daí ela falou que o quarto que a gente tinha dormido não tinha sido limpo pois a faxineira folga na segunda. Daí falamos com ela que não tinha problemas, que era só ela nos entregar roupas de cama e toalhas limpas que a gente ficava nele mesmo, afinal, fomos nós que dormimos lá na noite anterior.
Assim fizemos e tomamos banho quente.... Rsrsrs.
À noite fomos jantar na Bella Itália ao lado do que jantamos na noite anterior. As massas eram boas mas nada demais.
No dia seguinte, tínhamos um longo percurso pela frente.
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