terça-feira, 25 de agosto de 2015

Piauí - Parque Nacional das Sete Cidade e Delta do Parnaíba

No dia seguinte arrumamos os mochilões bem cedinho e tomamos nosso último café na Pousada. Vimos alguns macacos prego durante o café, nos despedimos dos nossos amigos franceses e do Hebert, o dono da pousada. E nesse último momento ele ainda se preocupou de nos passar mais dicas de caminhos e coisas para se ver.
Avestruzes em um Hotel em Ubajara
Pegamos o caminho indicado, que passava pela cachoeira do Boi Morto. Essa estrada, quase 100% asfaltada, passa pelo açude Jaburu que abastece toda região. A cachoeira em si se forma em um ponto da barragem onde a água transborda, forma um rio e alimenta uma queda de uns 4 metros, dividida em dois andares.
Represa com Pouca Água Escoando para a Cachoeira do Boi Morto

Mas como estávamos em época de estiagem, e como as chuvas tem sido fracas nos últimos 4 anos, só havia um cano de 1 polegada. Pelo menos havia pressão suficiente para algumas crianças brincarem nesse local e essa água era suficiente para formar um feixe pequeno nessa cachoeira.
Cachoeira do Boi Morto

Bar ao Lado da Cachoeira do Boi Morto

Depois de algumas fotos seguimos adiante sentido BR222. Pelo caminho ainda avistamos, em um ponto mais elevado, outra ponta do açude, onde havia uma indústria de nutrição, na verdade a fazenda dela, chamada Fazenda Amway Nutrilite do Brasil, a mesma que havia promovido as corridas no Parque de Ubajara. De lá tivemos uma noção melhor de quão baixo estava o reservatório, e quão imenso ele é. Nesse ponto há indicação da Cachoeira do Frade, um dos cartões postais da região. Decidimos não ir em virtude do Hebert já ter nos avisado de que estava bem seco.

Depois que chegamos na BR222 voltamos a ter a visão de seca, por todo caminho até Piracuruca. Da cidade são 17 km até o Parque das Sete Cidades. Ao chegarmos lá descobrimos que estávamos no portão Norte e se tivéssemos continuado na BR222, aparentemente, seria mais fácil entrarmos pelo portão sul, por Piripiri.
Mapa do Parque das Sete Cidades
Ao entrar no parque lhe informam para seguir direto até o Centro de Visitantes. A partir do portão norte são alguns bons 4 km até esse local e você já passa em frente algumas atrações, a primeira e sétima cidades e o Olho d'Água dos Milagres. Chegando ao centro um guia vem lhe receber e informa o circuito a ser visitado que pode ser feita no carro do visitante, com poucos trechos a pé, ou de bicicleta. O valor pelo carro foi R$ 60,00. Nosso guia foi o Edison, estudante de História da UFPI que estava estagiando no local. Ele foi um ótimo guia, além do conhecimento do local, nos explicou muito sobre os sítios arqueológicos do Piauí, sobre história e muitas outras informações que enriqueceram muito nossa visita.

O passeio não segue a ordem numérica da cidade, começando pela 5a, o casco de tartaruga. Lá ficamos sabendo do porque desse nome de 7 cidades, originalmente atribuídos por um pesquisador estrangeiro que defendia a tese que o local fora colonizado pelos fenícios, que ali criaram 7 cidades. Na verdade a versão mais aceita é que o local foi um fundo oceânico e que milhões de anos de erosão lapidaram a rocha de arenito em forma de escamas.
Monte em Formato de Escamas
Outra curiosidade do local é que ele está descrito no famoso livro Eram os Deuses Astronautas, onde há referências que o local era palco de pousos de alienígenas, e até que haveria  naves ali escondidas.
Paredão e Portal nas Formações Rochosas
Saindo dessa formação fomos para a primeira visualização de pinturas rupestres. Foi fascinante. Segundo o Edison essas pinturas foram analisadas e datadas de 10 mil anos atrás. Era impressionante imaginar como deve ter ocorrido a pintura. A tinta era feita de óxido de ferro misturado com gordura animal.
Pinturas Rupestres de 10 Mil Anos
Depois passamos por mais uma cidade, a 6a, para depois estacionarmos o carro e fazermos um trecho a pé. Nesse trecho visitamos as cidades 4 e 3, onde tivemos acesso ao ponto mais alto do parque, com uma vista magnífica do local. Segundo nosso guia esse local já foi usado em novela e será ponto de passagem da tocha olímpica em 2016.
Vista das Formações Rochosas pelo Alto
Vista das Formações Rochosas pelo Alto
Vista das Formações Rochosas pelo Alto
Nesse trecho também avistamos uma área grande de pinturas rupestres, com desenhos interessantíssimos de pessoas, contagens, setas. Tudo fantástico se você imaginar como foi no dia que a pintura foi feita. O guia explicou que aquele local poderia ter sido uma caverna naquela época. Alguns paleontólogos defendiam essa tese inclusive.
Pinturas Rupestres - Os Primitivos Eram Fãs de Star Wars, não?
Pinturas Rupestres com Sentido Desconhecido
Pintura que Simboliza Contagens
Mais Formações de Contagens
Outro Paredão com Pinturas Rupestres
Saindo de lá vimos então um abrigo nas rochas que foi utilizado pelo homem primitivo, onde ainda existiam, além das pinturas, uma parte escavada na rocha que funcionava como um pilão para confecção das tintas. Nesse ponto específico ficamos muito tristes em ver que um visitante, de menor estudo e esclarecimento provavelmente, havia rabiscado na parede próximo às pinturas. Segundo o guia esse cidadão precisou ficar 4 noites na cidade até que finalmente o liberaram. Isso porque ele foi pego em flagrante pelos vigias do parque.

Depois seguimos para algumas formações que se assemelhavam com uma grande ave alimentando um filhote, o mapa do Brasil, os reis magos, entre outras.




Formação do Pássaro Alimentando Filhote, ou Mapa do Brasil
Grande Paredão Rocho

Formação dos Reis Magos

Formação Mesclada de Escamas

Buraco ao Chão Onde Primitivos Possivelmente Usavam como Pilão para Misturas

Por fim terminamos em um local que continham árvores petrificadas, muito curioso. O mais interessante é que são árvores de florestas tropicais, o que indica que lá já fora uma floresta desse tipo.
Exemplo de Árvores Petrificadas
Árvore Petrificada no Topo da Montanha
Por último passamos novamente pelo Olho d'Água dos Milagres, onde se pode banhar, e voltamos ao Centro de Visitantes para nos despedirmos do Edilson.
Olho d'Água

Ah, vale informar aqui que nesse centro há uma cafeteriazinha que vende algumas comidas, água e outras bebidas.

Saímos do parque e voltamos à Piracuruca, depois Parnaíba. Nós incluímos o passeio no Delta do Parnaíba, um dos únicos três deltas de rio que desembocam no mar de forma triangular aberta, formando inúmeras ilhas e ilhotas. Os outros dois rios em que isso acontece ficam no Egito e no Vietinã.

Ao chegarmos em Parnaíba nos deparamos com uma grande cidade, bem pavimentada e muito bonita. Paramos na Rodoviária, que fica pouco depois da entrada da cidade, para tentarmos já fechar o passeio do delta do Parnaíba, já que nosso guia em 7 Cidades havia nos indicado a agência Rastro Nordestino, que fica nesse local.

Como estava fechada pegamos indicações em um posto de gasolina sobre onde ficavam as agências. Ele nos indicou o Porto das Barcas. Lá chegando (fica do lado direito da ponte que leva ao porto que saem as embarcações), paramos na primeira agência que estava aberta, a Igaratur. Fechamos o passeio do barco grande que passa por um trecho curto do Delta. Ficava R$55,00 por pessoa, com direito a frutas na chegada ao barco, almoço e uma caranguejada no final do passeio. Esse passeio tem duas paradas de uma hora cada para banhos no delta.

Aqui vale uma ressalva que demos muita sorte, já que não é tão comum haver passeio do barco grande durante a semana na baixa temporada. O que ocorreu é que havia um grupo grande de excursão pela cidade e que ia fazer esse passeio.

Por fim perguntamos o preço do passeio de lancha rápida, que foi o passeio que nossos amigos franceses fizeram. O passeio ficava R$ 450,00 e comportava até 4 pessoas. Como estávamos em 2 pedimos para ele nos avisar se houvesse outro casal interessado. Isso porque nos aguçou muito o trajeto desse passeio que, além de passar por ilhas e lugares diferentes, terminava com a observação dos guarás chegando para dormir em uma das ilhotas.

Saindo de lá fomos na Pousada Chalé Suíço, como sugestão do booking de hospedagem barata.
Decoração da Praça em Frente à Pousada
A pousada por fora é bem não convidativa. Mas entramos e ficamos em um quarto com ar, frigobar e chuveiro elétrico (algo nem um pouco comum em todas as cidades que visitamos). O quarto não era referência em limpeza, mas nos custou R$ 85,00, o que para nós parecia em conta.
Banheiro do Quarto do Hotel - Um dos Poucos com Chuveiro Elétrico
Quarto do Hotel
Detalhe da Cômoda do Hotel
Detalhe da TV e Frigobar
Nesse dia jantamos uma picanha na chapa (um pouco dura)  no Buffalo Grill da Av São Sebastião. O preço era razoável (com suco ficou 47,00 para duas pessoas).
Jantar no Buffalo Grill
O café da manhã da pousada, embora bem farto, não era tão gostoso, pois dava a sensação de que as coisas não eram frescas. Arrumamos as malas e às 8h em ponto estávamos na frente da agência. Porém, fomos sair quase 8:40h pois o ônibus do sesc atrasou. Ficamos chateados pois lemos no próprio folheto deles que o horário de saída era 8:30h e eles nos pediram pra chegar às 8h desnecessariamente. 
Do porto das barcas até o local de onde sai o barco são uns 15km. Chegando lá, há um estacionamento no valor de R$7,00 a diária.
O passeio em si não é tão interessante. É gostoso, mas um passeio de barco normal. O custo benefício é excelente, pois é tudo muito bom e muito bem servido.
Vista do Rio

Café da Manhá de Recepção no Barco

Durante o percurso vimos alguns macacos, bugio. Há duas paradas para banho, uma de água salgada e outra de água doce.

Água Viva na Parada de Água Salgada

Vista do Encontro Mar e Rio



Vista de Longe de uma Ponta de Areia



Brincadeira que Ilustra o Catador de Carangueijo


Barco Passando por um Pequeno Canal


Caranguejada


Duna Antes de Embarcar no Passeio dos Guarás
Ficamos durante todo o passeio perturbando o pessoal do barco pra ver se conseguíamos mais gente pra dividir o passeio dos guarás mas até a segunda e última parada nada....
Então conversamos com o Junior, que havia nos vendido o passeio no dia anterior, para saber quanto sairia o passeio se a gente não fizesse todo o trajeto, apenas a parte dos guarás e ele nos informou que dava pra fazer por R$350,00. Ainda achamos muito caro e não íamos fazer, mas daí ele falou que fazia por 300. Bom, se dividíssemos com mais um casal sairia R$225,00 por casal, então a diferença não estava tão gritante e ficamos com medo de nos arrependermos depois. Então fechamos.
Indo Embora do Barco do Passeio Inicial
Em uns 15min a lancha chegou e o Tito começou um novo passeio conosco. Isso porque ele disse que a maré estava baixa e quando ela está baixa os guarás conseguem se alimentar e só vão para o lugar quando o sol se põe. Quando a maré está cheia eles não encontram alimento tão facilmente e então vem um pouco antes do sol se por.

O passeio de lancha foi excelente. O guia explicava tudo muito bem e com o barco menor dá pra ver muito mais animais. Vimos uma iguana, mais bugios, peixes quatro olhos e muitos pássaros. Pra quem tem condições, vale a pena fazer o passeio de lancha ao invés do barco grande. Vale muito a pena.
Macaco Escondido

Detalhe do Bugio ao Centro


Peixe de Quatro Olhos

Garça Mesclada


Mangue


Ele nos levou na duna do meio, que fica bem no meio do delta, com uma visão espetacular e ainda banho em água salobra.
Sol e Duna Salobra Próximo ao Mar

Duna

Águas Vivas


Quando era 16:30h fomos para a ilha onde os guarás dormem para esperar eles chegarem.
Aos poucos eles vão chegando, primeiro uns, depois bandos enormes até que a ilha fique tomada de guarás.... Eles passam muito perto dos barcos, dá pra ver muito bem.... Simplesmente fantástico!
Chegada Inicial dos Guarás

Detalhe da Cor dos Guarás
O Tito disse que antes o número era maior ainda, mas veio um caçador e matou alguns. Aí eles foram para outro local mais distante pra dormir. Agora que eles estão voltando.

Chegada dos Guarás em Bando Pequeno

Aglomeração de Guarás


Chegada dee Guarás 

Chegada de Guarás


Chegada de Guarás


Bando de Guarás

Pôr do Sol visto do Encontro com o Mar

Árvore Lotada

Árvore Lotada

Por do Sol Final
Ficamos lá admirando eles chegarem até o sol se pôr. Depois voltamos direto para o porto. A volta é um pouco fria e voltamos no escuro já. O Tito aproveitou para ver se via algum jacaré pelo caminho mas nada.

Chegamos no porto onde o carro estava estacionado já passava das 19h.

Como não tínhamos gostado muito do café da manhã da pousada, paramos em mais 3 pelo caminho mas em todas o chuveiro era frio, aliás, nessa viagem toda foi um sufoco achar chuveiro quente nos lugares.

Então voltamos para o chalé suíço mesmo porém a moça disse que não tinha mais vagas. Ficamos tristes daí ela falou que o quarto que a gente tinha dormido não tinha sido limpo pois a faxineira folga na segunda. Daí falamos com ela que não tinha problemas, que era só ela nos entregar roupas de cama e toalhas limpas que a gente ficava nele mesmo, afinal, fomos nós que dormimos lá na noite anterior.

Assim fizemos e tomamos banho quente.... Rsrsrs.

À noite fomos jantar na Bella Itália ao lado do que jantamos na noite anterior. As massas eram boas mas nada demais.

No dia seguinte, tínhamos um longo percurso pela frente.






























































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