segunda-feira, 25 de março de 2013

África do Sul - Gauteng - Joanesburgo


Para informações sobre os preparativos para a viagem, acesse o link.
Joanesburgo, situada na província de Gauteng, ao contrário do que muitos pensam, não é a capital da África do Sul. A África do Sul possui 3 capitais: Cidade do Cabo (capital legislativa), Pretória (capital administrativa) e Bloemfontein (capital judiciária). OBS: Pretória faz parte da região metropolitana de Joanesburgo).
É uma cidade muito grande, com aproximadamente 5 milhões de habitantes na região metropolitana. Possui um trânsito com mão inglesa e bem movimentado, mas seus congestionamentos não chegam perto dos de São Paulo.
Toda a comunicação será feita em inglês sem maiores problemas, pois o inglês é uma das línguas oficiais deles. Assim, ainda que esteja em um lugar não turístico, todos falarão inglês.
Pegamos um vôo direto de Guarulhos para Joanesburgo. O tempo de vôo de ida é de 8:30h e de volta de 11h. A empresa foi a South Africa Airways, mas compramos a passagem através da TAM. A empresa e o avião eram ótimos... Com televisões individuais  jantares muitos saborosos, funcionários educadíssimos e muito simpáticos. A empresa fornecia travesseiro, manta, protetor de olho, meia, escova de dente e creme dental (tudo em um kit individual que você recebia assim que entrava na aeronave).
Chegando no aeroporto de Joanesburgo (nossa, e que aeroporto! Lindo, gigante!), nosso taxista se atrasou aproximadamente 1h. Havíamos solicitado o táxi, por e-mail, indicado pelo Guest House 33 on 1st. O valor da corrida do aeroporto até o guest house era de 350,00 rands. E mail para reserva do táxi: derickmydriver@gmail.com
Enquanto nos levava, o taxista nos aconselhou a não andar a pé, pois como éramos brancos (não loiros) e estávamos apenas em dois, estava muito evidente que éramos turistas e portanto, um alvo fácil.
O aeroporto de Joanesburgo, embora muito estruturado e cheio de lojas, é um lugar muito incômodo! Assim que vc desembarca ou entra no aeroporto, vem um monte de pessoas te oferecer táxi,  te oferecer ajuda com mala, enfim, muito chato.... Se vc precisar de uma informação então, tá enrolado! Até os funcionários do aeroporto, uniformizados, que estão lá pra isso, te ajudam e no final pedem uma gorjeta. Portanto, se não tiver feito o check-in da volta pela internet e tiver que fazer na máquina, vai ter que dar gorjeta para alguém, ou então tentar sozinho como fizemos. Precisa escolher a companhia aérea, e fazer check in como no Brasil. Uma hora ele irá pedir para vc colocar o passaporte para ser escaneado. Coloque a página que ele pede (com um tipo de código óptico) no local indicado, virada para baixo. É facil, na segunda vez conseguimos sem maiores problemas,  mas na primeira vez, aceitamos a ajuda do rapaz uniformizado do aeroporto (achando que seria como no Brasil, que as moças da companhia aérea ficam na maquininha ajudando no check-in) e no final ele pediu gorjeta.
Nossa viagem à Joanesburgo foi na verdade uma parada para nos acostumarmos com a diferença de horário para então seguirmos viagem à outras regiões da África do Sul. Mas como é de se imaginar, não iríamos ficar sem conhecer a cidade né?
Ficamos hospedados em Melville, bairro boêmio de Joanesburgo. Fechamos o Guest House pelo Booking (site). Não precisa pagar antecipado e é super seguro. Chegando lá, já estavam nos esperando com a reserva certinha. Ficamos no 33 on first Guest House. Endereço: 33 1st Avenue, Melville, 2109, Joanesburgo. A nossa suíte era ótima, muito confortável para um Guest House (que na verdade era um quarto numa casa). O proprietário, Johan, era muito cuidadoso e atencioso, se preocupava com nossa segurança, com nossos passeios, tudo.
Suíte do Guest House 33 on 1st
Como o taxista nos falou que era perigoso, decidimos checar com o pessoal do Guest House e eles falaram que a gente poderia ir caminhando até os restaurantes, mas nos indicaram as ruas seguras. Como estávamos com medo e realmente parecíamos alienígenas, pois todos olhavam para nós, conseguimos ir até a esquina só... numa loja select do posto Shell comprar alguns lanches e levar pro hotel.
No dia seguinte, o café da manhã do Guest House era bem tranquilo. Como todos os lugares na África colonizados pela Inglaterra, eles possuem um menu de opções de café britânico, daqueles com ovo e bacon. Mas tinham também opções de granola com iogurte, salada de frutas, opções saudáveis.
No café da manhã, o Johan nos questionou sobre o que faríamos e como ainda não tínhamos nada planejado, ele nos sugeriu fazer um City Sightseeing. Site: CitySightseeing. Aceitamos a sugestão. Ele mesmo chamou um táxi para nos levar até a estação Gautrain Station Park de onde pegaríamos o ônibus para o City Tour. O valor do taxi foi 120 rands. Enquanto esperávamos o táxi, fomos abordados por um rapaz, que se dizia estudante, pedindo dinheiro. Conversamos um porco com ele e explicamos que não tínhamos dinheiro. O taxista chegou e fomos embora.
O City Tour foi ótimo. Funciona assim: o ônibus faz um caminho pré-definido por toda a cidade e possui vários horários de saída. Ao entrar, vc ganha um folder com todos os horários de saída e o horário de passagem por cada ponto turístico, assim, se vc quiser descer em algum ponto, o ônibus vai embora e vc pega um próximo, bastando mostrar o ticket de pagamento. O valor do City Tour era de 150,00 rands.

Ônibus do City Sightseeing chegando na estação

Durante o passeio no ônibus, um áudio com todas as informações sobre a cidade e os lugares onde o ônibus passa é transmitido em diversas línguas (inclusive português de Portugal), basta escolher o idioma e colocar o fone de ouvido que eles entregam na entrada.
Um dos muitos prédios abandonados no centro da cidade após o ciclo do ouro

The Standard Bank of South Africa, durante o City Tour

Paramos no museu do apartheid (entrada = 65 rands por pessoa - criança é 50) e no museu da cerveja (entrada = 65 rands por pessoa - criança é 15). Ambos são ótimos! Mas precisa-se de um bom tempo para eles... O museu do apartheid, caso vc queira realmente aprender sobre o regime, não irá gastar menos que 2h, pois há filmes para assistir, muitos quadros para ler, etc... já o museu da cerveja gasta em torno de 1:30h (horário fixo pois a visita é guiada).
Sugerimos pegar logo os primeiros horários do ônibus, assim pode-se visitar tranquilamente os lugares.
Almoçamos no restaurante do museu do Apartheid, o atendimento é demorado, pois há poucos funcionários para a quantidade de clientes. Pedimos uns wraps e estavam muito bons.
O museu do Apartheid é muito interessante.... Site: ApartheidMuseum. Com certeza deve ser visitado, mesmo por quem não gosta de museus... Porém é uma história muito triste.... é um ambiente "pesado", com muitas cenas de massacres aos negros, muitas atrocidades feitas na época, as placas usadas (discriminando os locais onde só podiam entrar brancos e os que só podiam entrar negros). Isso mesmo.... os lugares frequentados por brancos não podiam ser frequentados por negros.... As placas eram muito chocantes escritas em inglês: WHITES ONLY. Na entrada do museu, cada ingresso vem aleatoriamente como negro ou branco.... E estes caminhos não se encontram por uma boa parte do museu, para simbolizar como era na época do apartheid... Geralmente, no caso de casais, um irá pegar um bilhete para negro e outro para branco e irão um bom trecho separados. Graças ao Nelson Mandela, adorado pelos sul-africanos, o apartheid chegou ao fim.

Fachada do museu do Apartheid, com os pilares da constituição de 1996
Muro do museu, com frase de Mandela: to be free is not merely to cast off one's chains, but to live in a way that respects and enhances the freedom of others

Placa com os pilares da constituição de 1996

Entrada do museu, simbolizando como era a época do Apartheid


Bem, é impossível descrever sobre o regime do Apartheid e sobre o museu... Infinitas páginas não seriam suficientes para um país com uma história tão complexa. Na verdade, nem mesmo estando lá, é fácil entender como é a situação hoje. Ao mesmo tempo que vimos muita riqueza, vimos prédios abandonados enormes, cheios (melhor dizendo superlotados) de pessoas em situação miserável, catando lixo. Apenas indo lá e sentindo na pele é que se pode tirar suas próprias conclusões. Depois que voltamos, ficamos muito curiosos sobre tudo lá.... Por exemplo, em todos os lugares fala que primeiro vieram os holandeses e colonizaram a África do Sul, depois vieram os ingleses, lutaram com os holandeses (guerra dos Boers), ganharam e então passaram a dominar a áfrica do Sul. Depois de um bom tempo (após a independência da África do Sul) vem o apartheid. Mas surgiu como? No museu não encontramos uma explicação de como esse regime surgiu, enfim, como tudo começou.  Bem, é muito, muito difícil de entender... E mesmo após lermos muito, ainda temos muitas dúvidas.
O museu da cerveja (World of Beer) também foi ótimo, eles contam toda a história da cerveja, desde a época do Egito, como era produzida nas tribos africanas e ainda pode-se provar alguns tipos de cerveja, malte e lúpulo, além de se ganhar uma tulipa! Vale muito a pena! Site: WorldofBeer
Durante o passeio o ônibus faz uma parada em um luxuoso hotel de Joanesburgo, o Golden hotel, esta parada não precisa trocar de ônibus, ele fica uns 10min parado para fotos.

Fonte do Golden Hotel
No final do City Tour, o ônibus nos deixou novamente na mesma estação. Lá tinha um ponto de táxi e pegamos um táxi para o Guest House. Mas a volta foi um pouco mais cara: 150 rands. Ah, uma observação importante é que lá os taxistas não usam taxímetro, então os valores nunca são os mesmos na ida e na volta...
À noite pensamos assim: ah, vamos deixar de ser medrosos e tentar ir no restaurante... Fomos caminhando.... No caminho desistimos, as ruas eram muito escuras e ficamos com medo. Fomos então para o shopping, que era na mesma rua do posto shell, um pouco mais distante. Lá encontramos de novo o rapaz estudante que encontramos pela manhã, acreditam? Tentamos dizer pra ele que não tínhamos dinheiro, só cartão... Ele então nos pediu que comprássemos um lanche pra ele... Compramos o lanche na lanchonete que tinha no shopping e fomos embora pois lá só tinha hamburguer.
Voltamos ao posto, pegamos lanche e repetimos a noite anterior.... Não sei se fomos muito medrosos, mas realmente ficamos preocupados de este rapaz estar nos seguindo e ele foi muito enfático da última vez, deu até medo de ele fazer alguma coisa conosco se não déssemos dinheiro pra ele....
Como não é nosso país, preferimos evitar maiores problemas... E já tínhamos lido em vários lugares que Joanesburgo era muito mais violento que São Paulo...
Como usamos Joanesburgo de rota para as nossas viagens, temos outra sugestão de hotel. Outro Guest House, mais próximo do aeroporto. Também fizemos a reserva pelo booking, chamava African Moon. Endereço: 63 Rietfontein Road, Glen Marais, 1619 Kempton Park. A região onde este hotel estava era bem melhor que o outro, era mais bonita e parecia mais segura. O hotel também era mais confortável que o outro. Havia uma videoteca no salão comum e um DVD player em cada quarto, vc podia pegar o filme e assistir no seu quarto! O valor do táxi entre o aeroporto e este Guest House era de 180 rands.
Não fomos em nenhum restaurante perto deste hotel, pois como era apenas pernoite, pegamos lanche pra viagem no próprio aeroporto (na lanchonete Wimp's) e levamos para o hotel, que tinha geladeira comunitária com bebidas à venda. E em cada quarto tinha uma mini cozinha, com pratos, microondas, copos, etc.

Cozinha do quarto do African Moon

Quarto

Banheiro do quarto

Banheiro do quarto


Nota importante: todas as vezes que pegamos táxi no aeroporto (quando já não estava reservado), sempre fomos em um guichê no andar térreo escrito táxi, à esquerda do desembarque. Nenhuma vez pegamos táxi com as pessoas que ficam anunciando na porta do desembarque.

Esperamos ter ajudado!

Roteiro Completo:

 - Parte 1: Planejamento da Viagem

 - Parte 2: África do Sul - Gauteng e Joanesburgo

 - Parte 3: África do Sul - Mpumalanga e Kruger Park


 - Parte 4: Zimbábue - Matabeleland - Victoria Falls

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