segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Bahia - Chapada Diamantina (quarta parte) - Fumacinha por cima, Museu Vico do Garimpo, Projeto Sempre Viva, Cachoeira do Piabinha, Cachoeira do Tiburtino (hospedagem em Mucugê)

No domingo levantamos cedo (para variar) e estava aquele tempo feio (sem chuva, mas mesmo assim: pra variar). Tomamos o café e fomos na Associação dos Condutores (ACVM). Estava  só com uma guia que nos pediu para voltar um pouco mais tarde pois ela já estava com passeio marcado. A KM (agencia de turismo) estava fechada. Aproveitamos então esse tempo e fomos na padaria (Padaria do Ramalho, no centro. Compramos lanches todos os dias lá) comprar nossos lanches para a trilha.
Quando voltamos na ACVM já tinha vários guias. Após uma reunião entre eles, o guia Talisson falou que iria nos guiar (aparentemente não são todos os guias que são capacitados para longas trilhas).
Partimos então para Fumacinha. Uma hora de estrada até o começo da trilha, passando por Cascavel. Boa parte do trecho é asfaltada (sendo a mesma estrada que leva a Ibicoara).
Aqui vale uma ressalva. O Guia que nos conduziu no Buracão parecia não estar muito confortável em nos guiar para Fumacinha por Cima. Parece que os guias de Mucugê são mais acostumados com essa trilha. Já pra fazer a Fumacinha por baixo precisa ir a partir de Ibicoara. E então acreditamos que um guia de lá seja melhor. Porém como a trilha é feita por dentro do leito do rio, não pode ser feita quando o volume de água está alto, que era o nosso caso.
A trilha começou no meio do cerrado e foram aproximadamente 40 min de subida leve. Cruzando alguns pequenos córregos de água (mas dá pra ir de bota saltando pedras).
Após esse trecho chegamos a uma parte plana, alta, que eles chamam de Gerais. A vegetação é rasteira, sem nenhuma árvore e com várias flores chamadas Sempre Viva (que tem esse nome já que depois de cortadas duram anos com a mesma aparência). Esse trecho é muito deslumbrante, já que a vegetação parecia estar sendo penteada pelo vento, e era possível se avistar a linda Serra de Sincorá. Foi possível fazer filmagens com 360º sem ver nenhuma intervenção humana. Que lugar fantástico.

Trilha com a vegetação dos gerais

Flor Sempre-Viva

Duas horas de trilha no total e chegamos no poço onde está uma pequena quedinha acima da Fumacinha (a fumacinha é divida em três quedas: uma primeira com 70m de altura, a segunda 20 metros e a terceira com 120m) - alguns dividem em 4 quedas de 70, 20, 20 e 100, mas as duas últimas parecem ser uma só.

Quedinha com poço para banho, acima da fumacinha
Quando chegamos no poço, deixamos mochilas e fomos para os mirantes das quedas, que ficam bem próximos um dos outros. A queda de 70m é possível avistá-la muito bem de frente. A segunda queda também é possível ver bem, mas de cima. Já a terceira é possível avistar somente o início dela e a fumaça que ela gera.

Primeira queda da Fumacinha, com 70m de altura

Segunda queda da Fumacinha, com 20m de altura
 Depois o guia nos levou a um mirante onde podemos avistar os 9 Km de Cânion que o rio forma após a queda da Fumacinha. Sentamos nesse lugar e ficamos apreciando a paisagem que era deslumbrante. Foi o único dia na Chapada que podemos dizer ser realmente LINDO. O céu estava azul e completava todo o visual.

Canion após a última queda da Fumacinha - lindíssimo


Depois de algumas fotos e encher nossa visão com essa bela paisagem, voltamos para o poço que estavam nossas coisas para lanchar e tomar um delicioso banho refrescante, já que em toda trilha não há nenhum ponto para banho.
Passamos uma hora no poço e voltamos. Já no final do caminho o nosso guia, que já havia contado ter sido atacado por um enxame de abelha duas vezes, e ter sido terrível, parou na trilha e disse estar escutando abelhas.
Realmente o barulho era alto. Ele falou para a gente esperar pois elas estavam saindo daquele lugar e migrando para outro. Ficamos parados, sem fazer barulho, um pouco aflitos, mas logo elas foram embora e seguimos viagem sem nenhum contratempo.

Total do passeio: 12Km de trilha + tempo de banho = 5,5 horas
Esse percurso não é obrigatório fazer com guia, porém vejam que se o guia não estivesse conosco, nós poderíamos ter sido vítimas de um ataque de abelhas. Então é sempre bom pensar antes de decidir ir sozinho em uma trilha. Especialmente as longas.
Trilha: Google Drive / Wikiloc (precisa cadastro no site para baixar a trilha)
Um ponto importante de se observar nas trilhas da Chapada como um todo é que não se deve basear pela distância em Km da trilha. Por exemplo: a trilha do Buracão é metade da distância da Fumacinha, porém é infinitamente mais difícil.
Trilhas que precisam pular pedras (leito de rio) e se agarrar em paredões são muito perigosas, demoradas e mais cansativas do que as trilhas que você só caminha em um percurso fácil, como a Fumacinha.
De volta a Mucugê, tentamos ir no Centro Cultural, onde funciona um pequeno Museu do Garimpo, mas estava fechado, fica na rua atrás do Restaurante Sabor e Arte. Paramos então nesse restaurante e fizemos um mini-almoço, já que eram 16hs. Ainda deu tempo também de aproveitar um pouco a piscina da Pousada com sol (olha que maravilha de dia, rs).
A noite fomos novamente para a Pizza da Garagem, dessa vez demorou mais um pouco, mas ainda sim rápida e deliciosa... Ah, uma observação, as músicas lá são ótimas... Só rock...
Na 2ª. Feira era dia de partir para Lençois, e após uma longa reflexão decidimos não fazer Cristais e Três Barras, pois o nosso guia nos falou que a trilha era pulando pedras, e eram 18 Km (ida e volta). Decidimos então aprender um pouco mais sobre a história do Garimpo de Diamantes na região e tirarmos algumas fotos da tão gostosa cidade de Mucugê (comparada com a nossa estadia traumática no Vale do Capão, adoramos Mucugê. Tudo mais fácil).

Lápide bem estranha com uma caveira no Cemitério Bizantino

Praça Central da cidade

Rua muito interessante, toda murada de fora a fora e com algumas portas. Curioso demais!

Praça do Coreto

Igreja de Santa Isabel, na saída para Andaraí

Após termos passeado pela cidade, fomos no Museu Vivo do Garimpo, que fica na estrada de Mucugê x Andaraí, pouco antes da entrada do Sempre Viva. A entrada era R$ 5,00 por pessoa. O Museu não é muito grande, mas dá pra aprender um pouco sobre o garimpo na região e conhecer uma lapa de garimpeiro (moradia de pedra feita pelos garimpeiros).

Placa no estacionamento do Museu Vivo do Garimpo

Lapa de Garimpeiro - Eles aproveitavam uma rocha de teto e fechavam com uma entrada, como se fosse uma toca

Máquina de lapidação Semi-Mecânica

Exemplos de maquinários

De lá fomos para o Projeto Sempre Viva, mas não paramos para ver o museu do garimpo deles nem o projeto. Seguimos direto para as cachoeiras do Piabinha (3 minutinhos de trilha) e Tiburtino (25 min de trilha). No Sempre Viva paga-se R$ 10,00 de entrada por pessoa. Não precisa de guia pra ir nessas duas cachoeiras, elas são autoguiadas.

Placa no início da trilha das cachoeiras, mostrando as distâncias

Rancho do Garimpeiro, retratando uma moradia de garimpeiro (esta bem melhor que a do Museu Vivo do Garimpo)
Fomos direto pra cachoeira do Tiburtino e ficamos muito tempo lá.... Lanchamos, relaxamos.... Passamos o dia inteiro lá, pois já estávamos um pouco cansado das trilhas. Na volta paramos um pouco na cachoeira do Tiburtino, para se refrescar da trilha.... A cachoeira do Tiburtino é ótima para ficar o dia inteiro. O poço é bem grande e com uma pedra lisa no fundo, parece piscina... boa parte do poço é rasa, mas depois fica fundo. Já a Cachoeira do Piabinha não é tão confortável, muitas pedras e muito rasa (é mais uma hidromassagem mesmo).

Cachoeira do Piabinha
Visual visto da Cachoeira do Piabinha

Cachoeira após a do Piabinha, esta nós não entramos

Cachoeira do Tiburtino


Depois paramos um pouco no Museu do Garimpo deles. Lá tem estrutura com banheiro e alguns souvenirs para venda.


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